O trabalho desenvolvido no Telecentro Comunitário de Carlos Barbosa vem despertando a curiosidade de prefeituras de outros municípios, inclusive de fora do Estado, interessados em saber qual a causa de tamanho sucesso. "Não é raro recebermos ligações de outras cidades querendo informações do funcionamento do nosso Telecentro e de como funcionam os cursos", enfatiza a coordenadora do Telecentro, Sara Regina Bernardo Oliveira.

     Entre as turmas que utilizam o Telecentro estão dois grupos de terceira idade do Centro de Convivência do Idoso Antônio Martin Guerra, interessados em ter acesso às novas tecnologias e às redes sociais. "A grande maioria dos idosos inicia o curso com medo do computador, especialmente de estragar ou fazer desaparecer as coisas que estão 'dentro' dele. Porém, com estímulos e muita descontração por parte da equipe e muita dedicação e força de vontade por parte dos alunos, não só esses medos são superados, como também as dificuldades motoras, de atenção e de memorização, que são fortes barreiras para o aprendizado da informática nessa idade", diz Sara.

     A didática diferenciada e o atendimento direcionado fazem com que os receios e dificuldades em relação à tecnologia os façam ir além, inclusive do que eles próprios imaginam. Para avançar nesta questão, a afetividade é fundamental. As aulas são leves, descontraídas e prazerosas. Além disso, os alunos são tratados com muito carinho e paciência, requisitos fundamentais para quebrar o bloqueio e transmitir a confiança de que conseguirão. "O sucesso no aprendizado surge naturalmente, semelhante à alfabetização de crianças. A satisfação da equipe de trabalho também é equivalente à de uma professora que faz desabrochar na criança, a leitura e a escrita, mesmo que ainda dentro de seus limites naturais", comemora a Coordenadora.

     Funcionando desde dezembro de 2010 no prédio da Fundação de Cultura e Arte de Carlos Barbosa - Proarte - o Telecentro Comunitário atende anualmente uma média de 200 alunos nos cursos, com idades entre 10 e 80 anos. Com relação ao movimento de usuários dos equipamentos, o número atinge cerca de sete mil por ano. "A procura até diminuiu um pouco em virtude do acesso fácil à internet através dos smartphones, porém, sempre temos turmas em andamento e lista de espera pelos cursos", finaliza Sara.