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Despoluição do Lago Fasolo entra em nova etapa

Nesta quarta, levantamento técnico para saneamento do local será entregue pela Corsan à Prefeitura
06/07/2022 Em Bento Gonçalves
Portal Adesso - Imagem: Google Maps

      A polêmica que gira em torno da despoluição do Lago Fasolo, no Bairro Progresso, já se tornou uma novela, de muitos e muitos capítulos. Uma área muito bem localizada e valorizada, que poderia ser melhor utilizada, nada mais é do que um lugar abandonado, com lixo no entorno e recebendo esgoto de  moradias e empresas instaladas nas imediações. 

      A história envolvendo o espaço é antiga. Em 1930, o local pertencia a uma olaria. Em 1941, a propriedade foi adquirida pelo Curtume Fasolo, que usava a água para manufatura de couro. A indústria está desativada há muitos anos e no local, pouco ou nada foi feito. 

      Quem passa pela Rua Pedro Rosa não imagina a extensão do lago: são 26.500 metros quadrados de área, recebendo esgoto há cerca de 40 anos ou talvez até mais. Por parte dos governos municipais, muitas tentativas de desapropriação, despoluição, canalização do esgoto, e outras várias medidas foram tentadas, mas praticamente todas sem sucesso algum. Nos últimos anos, inclusive, vários registros de mortandade de peixes ocorreram no Lago.

     Em 2021,  foi a instituída foi a Frente Parlamentar em Defesa do Lago Fasolo, formada pelos vereadores Agostinho Petroli (MDB), como presidente, José Antônio Gava (PDT), Eduardo Pompermayer – o Duda (DEM), Thiago Fabris (PP), Edson Rogério Biasi (PP) e Rafael Fantin – o Dentinho (PSD), que buscam soluções para o local. 

     Em participação no programa Bento ao Foco na última segunda-feira (4), Petroli afirmou que foram feitas diversas reuniões com o Executivo Municipal e com a Corsan para tentar encontrar uma alternativa viável. “A responsabilidade não é da Corsan, como muitas vezes é julgado. A companhia tem um convênio com o município para tratamento de esgoto. A responsabilidade maior é da Administração Municipal. Uma solução, que a única maneira de fazermos alguma ação no lago, é desapropriar por interesse público e social. Então passamos essa documentação para o Executivo que estuda essa situação”, explicou o Presidente.

     Ainda conforme Petroli, a discussão em torno do Lago Fasolo não se limita apenas à despoluição. “É um verdadeiro esgoto a céu aberto no meio de três ou quatro bairros, próximos ao centro da cidade. É uma questão não apenas de saneamento, mas de saúde pública”, pontuou. 

     O Presidente ressalta que a Frente Parlamentar segue acompanhando o desenrolar dos fatos.. “Continuamos cobrando do Executivo para buscar canais e agilizar esse processo e buscando mobilização da sociedade. Bento é favorável que esse Lago seja revitalizado. Precisamos ter atitudes mais fortes da Prefeitura nesse sentido”, ressalta. 

     O secretário municipal de Governo, Henrique Nuncio, salienta que o assunto vem sendo tratado desde 2004 e que foram tomadas diversas medidas para tentar sanar a questão do esgoto. “Em outros governos já haviam sido feitas ações para limpar a vegetação no entorno do Lago. Depois, foi feita a desapropriação parcial de um terreno lindeiro. A área alagadiça é de propriedade particular e existem terenos ao redor, mas também há um contrato com a Corsan onde ela tem suas responsabilidades pelo saneamento”, salienta. 

     Segundo ele, em 2021, havia um valor aprovado dentro do Fundo Municipal de Gestão Compartilhada, que é gerido com o valor da fatura da Corsan, justamente para o saneamento do município. “Viabilizamos recursos para isso, mas nesse último aditivo contratual com a Corsan, uma das imposições para adequar nosso contrato ao marco do saneamento, foi a exigência do investimento nas nossas bacias de captação, sendo uma delas o Lago da Fasolo”, elucida.  

     De acordo com Nuncio, nesse plano de investimento, a Corsan aceitou dar prioridade à causa. “Foi feita uma contratação de uma equipe de engenharia, para não entrar na fila de mais de 300 municípios que a Corsan tem contrato de saneamento. Fizeram a entrega oficial desse estudo e agora no dia 6 (de julho) teremos o recebimento dos engenheiros que elaboraram o projeto, juntamente com o corpo técnico do município, onde iremos analisar os dados recebidos no levantamento e passar o planejamento para execução”, acentua. 

     Nuncio ressalta que apesar da existência de projetos para tornar o espaço uma área de lazer, a prioridade é a despoluição. “Existe um plano ambiental para o tratamento do esgoto, do saneamento daquela área, e temos também a área de lazer, para revitalizar o Lago. No entanto, em um primeiro momento teremos que nos debruçar para resolver a questão da contaminação. O projeto que teremos que fazer é uma obra dentro de uma área particular. Estamos realizando esse trabalho de aproximação com a empresa, que é proprietária da área, para que nos autorize, porque precisamos passar tubulação e construir uma estação de bombeamento”, finaliza. 

 


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