Não existem limites para quem acorda cedo, trabalha e, literalmente, vai à luta. Essa frase pode definir um pouco da história de vida da vendedora autônoma Janes Batista de Arruda, que participou do programa Bento em Foco da Adesso TV nesta quinta-feira (7). 

     Natural de Ametista de Sul, a “Jane da Pipoca” já é uma figura conhecida em Bento Gonçalves, onde reside há 22 anos. Ao chegar na cidade, trabalhou por dois anos e meio em uma empresa de artefatos de couro e depois, junto com o marido, decidiu trabalhar de forma independente. 

     Ela garante o sustento da família com a venda de algodão doce, pipoca doce e salgada, e maçã do amor, participando de eventos, festas e feiras, há 20 anos. “Eu sou muito feliz. Amo meu trabalho. É um trabalho gostoso, gratificante. O que mais me deixa feliz é quando vejo as crianças querendo o meu algodão doce. O povo dessa cidade é muito acolhedor. Eles nos ajudam muito. Me dão um alicerce muito bom”, contou. 

     Janes tem três filhos e sempre os incentivou a se formarem. “Meus pais eram agricultores e trabalhavam no garimpo. Nós somos em sete mulheres e meu pai sempre dizia assim: minhas filhas tem que estudar. E foi isso que eu passei pra eles”, ressaltou. 

     A filha mais velha, Eliara, de 24 anos, é formada em Jornalismo e atua na área televisiva em Goiânia. “Todo programa dela que eu assisto, todos os dias, para mim é uma emoção’, comentou. Rodrigo, de 14 anos, é estudante e sonha em ser jogador de futebol. 

     Já David, de 16 anos, que também esteve participando do programa, é estudante e lutador de judô. Ele está embarcando para uma oportunidade única, sendo um dos oito selecionados no Estado para o programa Sports Diplomacy – Esporte para a Mudança Social. O jovem estará em Boston, nos Estados Unidos, de 22 de julho a 4 de agosto, participando de um intercâmbio. 

     David lembra que, na infância, devido a uma meningite, ficou com problemas na fala e na audição. No entanto, o esporte o ajudou a superar todas as sequelas. “Com o passar do tempo, o problema me afetou, então eu escutava e falava errado. Quando eu entrei no judô, lembro até hoje, com seis anos, eu estava passando na frente da academia, e me apaixonei. É um esporte que eu amo, que mudou minha vida. Não planejo parar. Ele abriu várias portas para mim”, salientou. 

     Ele pratica a arte marcial por meio de um projeto social da Praça CEU. A seleção para o intercâmbio ocorreu por meio do professor, que indicou quatro alunos, e destes a Central Única das Favelas (Cufa), em uma parceria com o Governo Estadual, escolheu David para integrar o projeto. “O coração está batendo muito forte e estamos tendo várias oportunidades. Colhendo os resultados de criar um filho com esporte e com educação”, apontou Janes.