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Bispos Católicos ficam calados após polícia afirmar que vinícolas não possuem ligação com o trabalho escravo

No mês passado, CNBB divulgou nota orientado que religiosos evitassem a compra de vinho da Serra Gaúcha
20/03/2023
Portal Adesso - Foto: 59ª Assembleia-Geral da CNBB | Reprodução/Flickr

     A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu no mês passado, uma nota em que recomendava que o vinho usado geralmente na liturgia católica não fosse originário de empresas que explorem o trabalho análogo à escravidão, fazendo uma clara referência ao resgate dos trabalhadores em Bento Gonçalves que estavam atuando na colheita da uva para vinícolas aqui da serra gaúcha. Após a Polícia Federal afirmar que não existe nenhum indício que as vinícolas possuem ligação com o trabalho escravo, a entidade dos bispos não fez nenhuma nota e muitos menos se manifestou para dizer que na Serra Gaúcha não tem vinho feito com trabalho escravo. 

     Para variar, os bispos da igreja católica, mais uma vez se meteram em algo que não possuíam conhecimento e a inútil nota, só serviu para a campanha de difamação das vinícolas, sendo duas delas cooperativas, ou seja, empresas que os proprietários são os associados, no caso, agricultores que possuem pequenas propriedades. 

     Os nobres representantes do clero, devem ter esquecido que os pequenos agricultores aqui da Serra Gaúcha, por serem muito católicos auxiliam financeiramente e com diversos produtos a própria igreja, sendo que muitos dos imigrantes do século passado, pelo “Temor de Deus” doaram terras para igreja e nas festas das comunidades do interior, é comum ver padres pedindo vinho, salame, queijo e tudo o que o produtor fabrica. 

     Na hora de receber e até porque não dizer “extorquir” os agricultores, a CNBB não possui nenhum pudor, e muito menos quer saber de onde vem ou quem trabalha para produzir os produtos. 

     Esta é a mesma CNBB que apoia o movimento dos Sem Terra, desde que as terras para a reforma agrária não seja as da igreja. 

O que é CNBB?

     A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é a instituição permanente que congrega os Bispos da Igreja católica no País. São membros da CNBB, a partir da posse no ofício e enquanto ocupam: Bispos diocesanos; Bispos auxiliares; Bispos titulares; Prelados das Igrejas orientais católicas.

Para que serve?

     A CNBB promove ações e mobilizações em conjunto com grupos e até partidos de esquerda, como o tradicional Grito dos Excluídos, série de manifestações que acontecem normalmente perto do dia 7 de setembro. A ação já se tornou um palco comum para organizações como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ou partidos políticos, como o Partido dos Trabalhadores (PT). Na última edição do evento, por exemplo, PT, sindicatos, movimentos estudantis e outras organizações atrelaram a ação à campanha “Fora Bolsonaro”.

     Os fiéis católicos são obrigados a seguir apenas o que o bispo da sua diocese determinar e, mesmo assim, desde que sejam orientações sobre temas de fé e moral – em todo o resto, são livres para defender o que bem entenderem em temas políticos, sociais, econômicos, sanitários etc. Da mesma forma, os bispos não estão submetidos a tudo que venha da CNBB. Mesmo pronunciamentos da presidência da entidade e outras manifestações, como análises de conjuntura, temas da Campanha da Fraternidade e posicionamentos em política e economia, nada disso tem caráter obrigatório nem para os católicos brasileiros, nem para os bispos e padres.




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