Polícia

Polícia Federal faz nova operação em Bento Gonçalves

Grupo de agentes esteve em uma das pensões utilizadas pelo empresário Pedro Oliveira Santana
22/06/2023 Em Garibaldi
NB Notícias

     Bento Gonçalves amanheceu nesta quinta-feira (22), com agentes da Polícia Federal realizando operação na cidade. Eles estiveram em uma das pensões utilizadas pelo empresário Pedro Oliveira Santana nos casos análogos à escravidão ocorridos no município. Ninguém foi preso na ação. De acordo com o delegado da Polícia Federal, Adriano Medeiros do Amaral, os agentes seguem realizando investigações em Bento Gonçalves, apurando informações a respeito dos trabalhos realizados pela empresa Fênix Serviços. Ele revelou que a investigação teve o prazo para a conclusão dos trabalhos prorrogado por mais 90 dias, devido à falta de alguns laudos periciais e outros elementos para concluir o inquérito e encaminhar ao Poder Judiciário. O prazo inicial para a conclusão seria o dia 23 de junho.

     Com isso, novas informações estão sendo buscadas por meio de diligências. Por isso, policiais estiveram em uma das pensões localizada na Rua Fortunato João Rizzardo, no bairro Borgo, em Bento Gonçalves. O delegado conversou com o proprietário da pensão e também com a advogada dele, buscando novas informações. Trabalhadores de outras cidades, principalmente da Bahia, seguem atuando em uma nova empresa de prestação de serviços que foi montada e realiza trabalhos para frigoríficos da região. Basicamente, essas pessoas realizam o serviço de apanhar frangos em aviários da região. A empresa não estaria em nome de Pedro Oliveira Santana, porém, a reportagem do NB Notícias viu vários trabalhadores que estão na pensão utilizando jaquetas da antiga empresa Oliveira & Santana, dando indícios de sua ligação com o mesmo serviço realizado anteriormente com a empresa Fênix, que também não estava em nome de Pedro Santana.

     O delegado revelou que os policiais fizeram vistorias nos alojamentos e não encontraram irregularidades. A expectativa é de que o inquérito seja concluído dentro de um mês, sendo remetido para a Justiça Federal. O delegado Amaral revelou que no final dos trabalhos, os investigados serão chamados para oportunizar depoimento deles para concluir o inquérito.

     No mês de março, por meio de coletiva de imprensa, Amaral já havia informado não ter encontrado evidências de que as três vinícolas envolvidas na denúncia, Aurora, Salton e Garibaldi, tivessem participação direta no crime de exploração dos trabalhadores. Desde então, a investigação está concentrada na empresa Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão em Saúde Ltda. Mesmo assim, o delegado afirmou que representantes das vinícolas foram ouvidos pela PF.



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