Polícia

Falso Guru, acusado de tortura e estelionato, já foi candidato a vice-prefeito de Garibaldi

Aldir Aliatti da Comunidade “Osho Rachana”, disputou a eleição de 1982 pelo PT
17/12/2024 Em Garibaldi
Portal Adesso - Fotos: Reprodução
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     Com a imensa repercussão em todo o país após o caso vir à tona, moradores mais antigos de Garibaldi lembraram que o “GURU” investigado pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul acusado de desviar mais de R$ 20 milhões, torturar seguidores e expor crianças a práticas de sexo explícito, já participou da política de Garibaldi na década de 80.

     Conforme apuramos através de arquivos do Tribunal Regional Eleitoral – TRE, Adir Aliatti, de 69 anos, que lidera a comunidade “Osho Rachana”, em Viamão, Região Metropolitana de Porto Alegre, espaço que funcionava sob o pretexto de ser um local terapêutico, mas no entanto, manipulava os participantes para que doassem dinheiro e patrimônio à comunidade, com a promessa de que seria revertido em benefício coletivo, disputou a eleição municipal de 1982 em Garibaldi.

     De acordo com dados do TRE, Aliatti concorreu como vice-prefeito na chapa que tinha como candidato a prefeito Luiz Carlos Casagrande. A dupla ficou na sexta posição entre as oito chapa que disputam o pleito, obtendo 992 votos. Naquela época, as siglas poderiam colocar em disputa mais de um candidato, tanto é que o PDS tinha 2 candidatos a prefeito e vice, o PMDB havia 3 candidatos e o PDT também dois candidatos. Na época a eleição foi vencida pela candidato do PDS, Ambrósio Chesini que tinha como candidato a vice-prefeito, o hoje prefeito reeleito Sérgio Chesini.

     Relatos indicam que o guru fazia uso do estado emocional fragilizado das vítimas para exercer controle sobre suas vidas, reforçando a ideia de que, caso deixassem a comunidade, não “iria conseguir mais nada da vida”. Além disso, o líder utilizava métodos invasivos. O líder da seita ainda obrigava as vítimas a fazer ozonioterapia retal e ludibriava as vítimas. Há relatos de mulheres grávidas agredidas, vítimas arrastadas pelos cabelos e abusos sexuais sob o pretexto de uma “cura gay”. Segundo as investigações, ele teria obrigado mulheres a manterem relações sexuais com vários homens na comunidade. Além das denúncias de violência contra adultos, a polícia apura relatos de crianças que teriam sido expostas a atos sexuais entre os integrantes da comunidade. Ainda não há indícios de abuso sexual infantil.

     A Justiça determinou o uso de tornozeleira eletrônica para dois investigados, que estão proibidos de se aproximar das vítimas e tiveram os passaportes suspensos.



O que diz a defesa

     Em nota , a defesa do guru é Adir Aliatti informou que já se colocou à disposição das autoridades e que “refuta a hipótese levantada pelos denunciantes”. Veja abaixo na íntegra:

“A defesa técnica de Adir Aliatti, realizada pelo advogado Rodrigo Oliveira de Camargo, refuta a hipótese levantada pelos denunciantes e já se colocou à disposição das autoridades. Aliatti confia na justiça e não se furtará de prestar todos os esclarecimentos devidos nos foros e momentos adequados. Até onde teve conhecimento dos fatos investigados, a materialidade na narrativa não se sustenta por falta de elementos.”




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