Morre Manoel Bragagnolo: o homem que moldou máquinas, pessoas e futuros
Através de um comunicado neste domingo (29), o Grupo Galvanotek Embalagens comunicou o falecimento de seu sócio proprietário, Manoel Bragagnolo, que ocorreu neste domingo. Aos 83 anos, o homem visionário, íntegro e dedicado, Manoel deixa um legado de trabalho, ética e compromisso com o desenvolvimento da empresa e da comunidade.
O velório será realizado a partir das 16h30, na Capela Caravaggio, em Carlos Barbosa. O sepultamento ocorrerá amanhã, às 10h00, no Cemitério Municipal de Carlos Barbosa. Manoel atuou por muitos anos na empresa Tramontina, onde foi diretor. Depois, fundou a sua própria empresa, onde junto com os filhos transformou em uma das maiores empresas do Estado no setor de embalagens.
Nascido e criado no coração de Carlos Barbosa, cidade marcada pela tradição industrial e pela força do trabalho, Manoel representa uma geração de líderes forjados na prática, na escuta e no exemplo. Filho de Luiz e Dileta Bragagnolo, segundo de quatro irmãos, começou cedo a aprender o valor do esforço. Aos 12 anos, dividia o tempo entre os estudos no Colégio Santa Rosa e o trabalho com o pai, que prestava serviços para a Tramontina. Ali, ainda garoto, teve o primeiro contato com o universo que mudaria sua vida — e, mais tarde, o setor industrial da região.
Foi sob a orientação de Ruy José Scomazzon, então sócio da Tramontina, que Manoel encontrou seu verdadeiro caminho. “Ele foi meu pai intelectual”, disse Manoel em um entrevista emocionado. Incentivado por Ruy, ingressou no Senai, em 1956, e formou-se técnico após quatro anos de estudo. Desde então, sua história se entrelaça com a da Tramontina, onde atuou por quatro décadas. Na empresa, Manoel foi muito mais que um funcionário: tornou-se um dos principais responsáveis pela modernização das linhas de produção, promovendo a transição do trabalho manual para os processos automatizados — uma revolução à época. Viajou o mundo representando a Tramontina, absorvendo conhecimento em feiras internacionais na Alemanha, Itália, Japão, EUA e em São Paulo.
Seu papel foi decisivo, mas discreto. Preferiu sempre trabalhar nos bastidores, atribuindo seus méritos à equipe e ao mentor. Colegas e a própria trajetória mostram que Manoel foi mais do que executor: foi um pensador da indústria, um estrategista do chão de fábrica, cuja influência moldou padrões e mentalidades.
Já aposentado da Tramontina, Manoel deu um novo passo. Em parceria com o filho Alexandre, fundou a Galvanotek Embalagens, uma empresa que provou sua capacidade de reinvenção. Com 34 anos de atividades , a Galvanotek Embalagens, com sede em Carlos Barbosa (RS), é hoje uma das principais fabricantes de embalagens plásticas do Brasil. Fundada em 1991, a empresa começou como um pequeno negócio de galvanoplastia e logo migrou para o setor de embalagens termoformadas, consolidando-se no fornecimento para os mercados alimentício, lácteo e hospitalar.
Comandada pelo Manoel Bragagnolo e filhos, a Galvanotek mira o futuro com investimentos em automação, inovação e novas linhas sustentáveis, mantendo o compromisso com qualidade, meio ambiente e comunidade. A empresa possui cerca de 1.000 funcionários e é uma das grandes empregadoras da região.
Manoel deixa a esposa, Ilse Rita Cauduro Bragagnolo, os filhos Márcio César, Maura Fernanda, Alexandre e Roberta, genros, noras e netos.
Em tempos em que lideranças se medem por números e visibilidade, Manoel Bragagnolo representava o oposto: um líder de bastidores, um mentor que constrói em silêncio e transforma pelo exemplo. Sua história é um lembrete de que o futuro da indústria — e da sociedade — se escreve com mãos firmes, ouvidos atentos e um coração voltado para os outros.