Política

Moradores acusam prefeito Pasin de promoção pública

01/03/2017
Informações Site Notícias de Bento - Foto: Emanuele Nicola/Divulgação

     A Assessoria do Executivo Municipal enviou foto ao jornal Zero Hora, informando sobre apoio de Guilherme Pasin à arte do grafite em Bento Gonçalves.

     Uma foto do prefeito Guilherme Pasin contemplando uma arte em grafite, publicada no jornal Zero Hora desta terça-feira, 28, causou indignação entre os moradores do condomínio General Bento Gonçalves. Eles acusam o chefe do Executivo Municipal de buscar promoção com uma obra particular, que teve o intuito de promover a cultura e não servir de plataforma política.

     A imagem foi publicada nesta terça-feira na edição impressa e também na sessão online da coluna de Rosane de Oliveira. No texto, a colunista exalta o fato de Guilherme Pasin incentivar a arte, diferenciando o grafite das pichações, ao contrário do prefeito de São Paulo, João Dória. Ainda na publicação, Pasin fala que buscava livrar a cidade dos pichadores e que conversou com grupos de Hip Hop para usar o grafite como uma expressão artística. O prefeito destacou ainda que os artistas do grafite de Bento Gonçalves foram chamados para dar oficinas em escolas particulares e também em outras cidades.

     A indignação dos moradores é que, em nenhum momento, a obra em grafite feita no muro e nas portas das garagens do condomínio teve qualquer apoio do poder público municipal. Segundo eles, o trabalho foi feito após uma proposta do promotor do Confronto Final 2017, Eder João Barbosa, em reunião com os condôminos para que os artistas que participaram do evento usassem o muro e as portas das garagens como “tela” para suas artes. O evento foi realizado em janeiro na Capital do Vinho. Inclusive, os artistas que realizaram a obra de arte não são de Bento Gonçalves, como cita a publicação. O artista Jackson Brum é de Porto Alegre e o autor do grafite no muro do prédio é de Florianópolis.

     Os moradores revelam que foi solicitado à prefeitura, pelo promotor do evento, o controle do trânsito para que os artistas realizassem a pintura, mas não foram atendidos. Segundo eles, o condomínio celebrou um contrato de comodato para a utilização do espaço para a arte e o material foi doado por uma empresa fabricante de tintas. Além disso, material como escadas e lanches, para os dois artistas que fizeram as intervenções, foram providenciados pelos moradores, por iniciativa própria. Para eles, a obra não teve incentivo da Prefeitura ou do Prefeito e nem foi realizada para coibir as pichações, mas sim para promover a arte. Inclusive o Condomínio já recebeu proposta para ter uma parede lateral como espaço para grafite.

     O promotor Eder João Barbosa reforça a indignação dos moradores e diz que para o grafite não recebeu incentivo por parte da Prefeitura. “Foi um projeto particular, com apoio de empresas da área de tintas, e em nenhum momento houve o incentivo do Poder Público. Usar o trabalho de outros para se promover, não foi nada profissional”.

     A arte urbana, nos muros da Corsan e do Clube Aliança, começou em 2012 e recebeu, inclusive, apoio para uma parte do projeto, através do Fundo da Cultura, com material fornecido pela Secretaria de Cultura, mas a iniciativa foi exclusivamente do grupo Nest Panos.

     Segundo a Assessoria de Imprensa da Prefeitura, em momento algum a publicação fala em apoio, realização ou patrocínio do poder público. Diz apenas que desde o primeiro mandato do prefeito Guilherme Pasin estas manifestações deixaram de ser consideradas poluição visual. “Temos este tipo de arte em diversos pontos da cidade, como muros, viadutos, escadaria. E a beleza ímpar da obra em questão apenas foi utilizada como pano de fundo para a imagem”.

 

MAIS NOTÍCIAS