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EXCLUSIVO: EGR não renovou contratos com Bombeiros Voluntários

Corporações que atendem as rodovias sob concessão da Empresa Gaúcha de Rodovias estão sem receber repasses de verba para atendimentos desde maio
12/07/2019
Portal Adesso - Foto: Portal Adesso

     A situação dos atendimentos realizados pelos Bombeiros Voluntários do Estado em casos de acidentes nas rodovias, que estão sob concessão da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), está sob riscos. Desde maio deste ano, não há mais contrato entre a EGR e as corporações. O acordo, que estava em vigência até 2019, previa um repasse mensal de R$ 15 mil para suprir os custos com suportes.

     O valor repassado seria usado para manter em dia a manutenção de equipamentos e veículos e também cumprir com os pagamentos da folha salarial de bombeiros contratados. Segundo Paulo Portinho, comandante dos Bombeiros Voluntários de Bom Princípio a situação tende a se agravar. “Os atendimentos continuam sendo feitos, mas estamos jogados a própria sorte. Muitas corporações dependem desse repasse para manter as condições de equipamentos e também para manter o contrato de pessoal. Se não houver um novo acordo, pode ser que muitos grupamentos tenham que começar a demitir” alerta o comandante.

     Ainda segundo Portinho, a renovação de contrato está em discussão desde o começo deste ano, mas a questão está passando por um “empurra-empurra”. “Nós não sabemos como essa situação vai ficar, não temos resposta alguma da EGR. As tarifas dos pedágios continuam sendo pagas pelos motoristas, mas até quando nós conseguiremos dar assistência? ”, questiona.

     Conforme levantamento, só no trecho entre São Sebastião do Caí e São Vendelino, na ERS-122, que está sob cobertura dos Bombeiros Voluntários de Bom Princípio, são realizados mais de 35 atendimentos por mês. “Parece que nós temos que matar um leão por dia para provar que os bombeiros são importantes” conclui Portinho.


Bombeiros de Garibaldi em situação delicada


     A situação econômica dos Bombeiros Voluntários de Garibaldi também está delicada. Segundo o comandante Ridan Villa, a corporação tem fechado os meses com as contas no vermelho. “Nós temos um custo mensal para manter a corporação que fica em torno de R$ 30 mil. Os repasses que recebemos das prefeituras e dos convênios dos cidadãos (via conta de luz) somam R$ 24 mil. O contrato com a EGR supria essa diferença e ainda nos dava condição de realizar algumas melhorias” explica Villa. 

     O Grupamento é responsável pela cobertura de atendimentos na RSC-453, entre o KM 65, no trevo da cidade de Imigrante, até o KM 96 e do KM 101, no trevo da Telasul, até o trevo de Barracão, no KM 107, e também na VRS-813, com início no KM 10, na Linha Paese, até onde está localizado o silo da Cesa, no KM 16.

     O Comandante Ridan também faz um alerta sobre a falta de um novo contrato: “Se chegar a um ponto de não termos mais condições de atender, por falta de efetivo ou equipamento, vamos ter que priorizar os acidentes nas vias urbanas, os incêndios e os acidentes nas rodovias com vítimas presas as ferragens, outros atendimentos, que normalmente nós fazemos, vão ficar sob responsabilidade da própria EGR”.

Várias ações estão sendo realizadas, por entidades do município, para ajudar na captação de recursos e de novos apoiadores para os Bombeiros de Garibaldi. As Doações podem ser feitas através de débitos nas contas de luz. Mais informações pelo fone: 3462 1262

* A reportagem do PORTAL ADESSO tentou ouvir o posicionamento da EGR, mas, até a publicação da matéria, não obtivemos resposta.


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