Economia

Comercialização de vinhos e espumantes apresenta estagnação no semestre

03/08/2013
Ibravin / Foto: Edgar Sinigaglia

 Vendas do setor ficaram positivas em 2,54%, com pequeno crescimento nos vinhos de mesa e retração nos vinhos finos e espumantes. Sucos de uva mantém resultados favoráveis de expansão de mercado

     No primeiro semestre de 2013, o mercado interno brasileiro registrou um pequeno incremento de 2,54% na comercialização de vinhos finos, de mesa e espumantes, totalizando 107,9 milhões de litros. Este resultado diz respeito à comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram comercializados 105,2 milhões de litros. Para o setor vitivinícola brasileiro, este desempenho reflete uma estagnação nas vendas, com índices tímidos de alta no vinho de mesa, de 3,21%, com quase o mesmo percentual de retração no vinho fino, -3,10%, e um pequeno recuo nos espumantes, de -1,97%.

     A comercialização de sucos de uva 100% naturais, por sua vez, vem mantendo o desempenho positivo dos últimos anos. Os sucos 100% naturais prontos para consumo e os concentrados registraram alta de 32,83%, com 50,8 milhões de litros. O maior destaque ficou com os sucos prontos naturais prontos para consumo que ampliaram a comercialização em 42,94%. Esse índice representa um incremento de 9,97 milhões de litros em relação ao primeiro semestre de 2012.

     Para o presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Alceu DalleMolle, os resultados do período refletem o esfriamento da economia do país e frustraram as expectativas do setor. “Se levarmos em conta a conjuntura econômica, não tivemos um desempenho ruim. A venda de cerveja também retraiu e a queda dos importados foi ainda maior. Mas, o ano passado já não foi favorável, e tínhamos uma perspectiva de vendas melhores em função do acordo com o varejo”, observa o dirigente.

     Dentro do segmento de vinhos de mesa, o semestre registrou uma pequena alta, de 3,21% frente ao mesmo período do ano anterior, com a venda de 94,7 milhões de litros.Nesta categoria, a venda de engarrafados apresentou o melhor resultado, com crescimento de 8,77%, representando um volume de 39,6 milhões de litros em comparação com os 36,4 milhões de 2012.Esta tendência de migração entre vinhos de mesa a granel para engarrafados vem se intensificando a partir de 2011.

     O presidente da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho), Oscar Ló, alerta que este resultado, apesar de positivo, não é satisfatório. “Os estoques das empresas estão bastante altos e, em seis meses, temos uma nova safra a caminho. O crescimento do vinho (de mesa) engarrafado é muito bem visto, mas o grande volume ainda está no granel. Por isso ainda temos necessidade de apoio de medidas governamentais para auxiliar no escoamento dos volumes estocados” argumenta Ló.

     Para contrabalançar os resultados do setor, os vinhos finos e espumantes nacionais apresentaram recuo nas vendas. Os vinhos finos apresentaram retração de 3,10%, com a comercialização de 8,76 milhões de litros, e os espumantes de 1,65%, com 3,47 milhões. As importações tiveram uma queda maior, de quase 4,14% nos vinhos finos, e de 17,78% nos espumantes. Somando as duas categorias de importados, o resultado foi negativo em 4,96%, com vendas totais de 31,25 milhões de litros. Esse desempenho significa que 1,6 milhão de litros de vinhos importados deixou de ingressar no paísneste período.

 

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