A Polícia Civil (PC) deflagrou, nesta terça-feira (19), uma megaoperação contra esquemas de lavagem de dinheiro do crime organizado gaúcho. Denominada “Operação Kraken”, a ação mobilizou mais de 1,3 mil agentes, que cumpriram 273 mandados de busca e apreensão em 38 municípios do Rio Grande do Sul (RS), além dos Estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.

     A operação, que já é considerada como uma das maiores mobilizações policiais já deflagradas, partiu de uma investigação da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Sapucaia do Sul. Agentes desta Distrital, coordenados pelo Delegado Gabriel Borges e pelo Delegado Regional Mario Souza, ficaram por mais de um ano e meio atuando nas investigações que identificaram vultoso esquema de lavagem de dinheiro do crime organizado no RS.

     Valores obtidos a partir do tráfico de drogas e crimes patrimoniais (roubos, latrocínios etc.) eram maquiados e investidos de forma empresarial por facção gaúcha que atua no Estado, parte do Sul do Brasil e possui ligações internacionais. A investigação se concentrou nos crimes de lavagem e ocultação de bens e valores oriundos do tráfico de entorpecentes e alcançou cinco lideranças do grupo criminoso, sendo indiciados pelo pertencimento à organização.

     Ao longo da investigação, no ano de 2021, a 1ª DP de Sapucaia do Sul prendeu 102 integrantes da organização criminosa, que atuavam em diversos níveis de comando, desde o chamado vapor, puxador de carro, até alguns gerentes. Além disso apreendeu mais de 10kg de entorpecentes e 11 armas de fogo.

     Os policiais civis, após essas investigações e com o apoio do Ministério Público do Estado (MPRS), representaram e obtiveram 1.368 ordens judiciais no combate à facção criminosa. Além disso, foram cumpridas 66 ordens judiciais de prisão, 13 casas prisionais objeto de busca e apreensão, uma casa prisional federal com diligência para busca e apreensão, 38 sequestros de imóveis do crime, 102 veículos com decretação de perdimento, o que inclui carros de luxo como Maserati, Audi, Cadillak e Camaro. A descapitalização do grupo criminoso teve, ainda, o bloqueio de 190 contas bancárias e 812 pedidos para quebras de sigilo fiscal, bancário, tributário e bursátil deferidos. 

     No total, 58 pessoas foram presas, restando apreendidos 40 veículos, 87 celulares, R$ 72 mil e R$ 50 milhões em bens e valores. 

     A ação contou com o apoio da Brigada Militar (BM), Superintendência dos Serviços Penitenciários, Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS), Polícias Civis de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, além da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Departamento Penitenciário Nacional.