Saúde

Médica alerta para doenças respiratórias e males do cigarro eletrônico

Lilian Pasin Jacobi participou do Programa Prato Limpo desta semana
31/05/2022 Em Garibaldi
Portal Adesso - Foto: Portal Adesso/reprodução
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    A pneumologista Lilian Jacobi Pasin, participou do Programa Prato Limpo desta terça-feira (31), abordando temas referentes à incidência de doenças respiratórias, Covid-19, tabagismo e câncer de pulmão. Ela atua como plantonista no Hospital Beneficente São Pedro de Garibaldi e também atende a ala pediátrica junto ao pronto atendimento de saúde. 
   
   Lilian  Pasin Jacobi ressaltou que, o uso das máscaras preveniam de outros vírus que normalmente apareciam infectando a população no início do inverno. As viroses que atingem principalmente, durante os meses de baixa temperatura são as mesmas que provocam problemas respiratórios. As pessoas passaram a se descuidar, não tomando as mesmas precauções do início da pandemia, pelo fato de não ser mais obrigatório o uso de máscaras. Desta forma, ficam à mercê desses vírus respiratórios que ficam infiltrados ao nosso redor nos meses de inverno. 

  “Uma grande parcela da população não está aderindo à vacinação contra gripe. Vale ressaltar que, a gripe A que fez parte da nossa vida lá em 2009 está de volta. Já tivemos pacientes internados na nossa UTI do Hospital São Pedro e temos a positivação para gripe A, H1N1 e H3N2. Temos a confirmação desses dados através da Secretaria Municipal de Saúde e da vigilância epidemiológica de Garibaldi. Caso a população não se imunize, com certeza haverá casos graves de gripe A provocando a lotação de leitos hospitalares e sobrecarregando o sistema de saúde”, destacou. 

    Conforme Lilian Pasin, a quantidade de familiares que estão procurando atendimento médicos para crianças é preocupante. Foram registrados muitos casos de Covid em crianças, mas é absurdamente maior em adultos. Em Garibaldi, cerca de 50 atendimentos noturnos foram direcionados a crianças e nos finais de semana também ultrapassaram isso.

    A pneumologista enfatizou que a Covid-19 ainda existe, porém estamos em um panorama totalmente diferente comparado ao que estávamos há um ano. “Temos sim, esta nova variante que é muito mais branda em sintomas e recomendo a imunização. Além disso, o uso de máscaras por alguns momentos pode evitar contaminações e infecções virais, nas quais tem presenciado durante o atendimento aos pacientes que chegam ao hospital. Até o momento, não temos pacientes internados com Covid, nem na enfermaria e nem na UTI. É importante que todos se cuidem.” 

    O Programa Prato Limpo contou ainda com a participação do assessor de comunicação da Aapecan de Bento Gonçalves, Vinícius Mieznikowski  que abordou sobre as campanhas alusivas ao Dia Mundial Sem Tabaco  e as estatísticas de pessoas com câncer. 
  
    De acordo com Vinícius, a entidade tem realizado campanhas alusivas ao Dia Mundial Sem Tabaco há algum tempo. A Aapecan como uma entidade da sociedade civil, procura orientar e levar as informações para as pessoas que recebem atendimento no local. A prevenção também se estende a toda a comunidade de forma informativa e educativa, reforçando a importância de se manter uma boa alimentação, hábitos saudáveis e a prática de exercícios físicos. 

   “Nós temos um trabalho intenso ligado a área da psicologia com a Karen que é nossa psicóloga, ela dá esse suporte para a pessoa que está com câncer e continua fumando.  E em alguns casos, o trabalho de apoio por meio de um atendimento individualizado se consegue reverter a situação. A pessoa conscientemente, decide deixar de fumar para ter uma maior qualidade de vida.”

   Vinícius ressalta que, os tipos de câncer mais atendidos na entidade, são o câncer de próstata, mama e estômago. Entretanto, cerca de 15% dos usuários atendidos tinham câncer de pulmão e quase 90% eram fumantes. Infelizmente, várias pessoas que passaram pela Aapecan não resistiram à letalidade desse tipo de câncer. A entidade fornece ajuda a quem tanto precisa por meio de profissionais especializados e redes de apoio. 

   A pneumologista, Lilian Jacobi complementa a fala de Vinícius Mieznikowski abordando sobre o câncer de pulmão e ressaltando que o cigarro ou tabaco também provocam outros tipos de males à  saúde. “Nesse dia em específico a gente não fala somente do cigarro porque há uma infinidade de doenças totalmente relacionadas. O que assusta a nós, como médicos, é o que a indústria do tabaco criou nos últimos anos para tentar deixar vivo o hábito de fumar. Eu me refiro aos famosos cigarros eletrônicos.”

   De acordo com uma pesquisa feita em 2019, com adolescentes entre 13 e 17 anos mais de 24% já tinham experimentado o cigarro eletrônico. Na maioria das vezes, eles são pequenos do tamanho de um pendrive ou pouco maior. Eles têm a carga ou a recarga feita por USB e os refis são comercializados na versão líquida com sabores diversificados e graus variados de nicotina.

   A justificativa na época, da indústria do tabaco para começar a vender esse tipo de dispositivo no mundo, foi que ele seria um artifício para parar de fumar, mais seguro para quem ainda fuma e que não geraria fumaça ou monóxido de carbono. Ele possui um filamento interno revestido por cobre, cromo, níquel e mais de 100 tipos de substância, dentre elas, muitas são cancerígenas.  

   Lilian, reforça que a venda é proibida no Brasil, a Anvisa ainda segue com essa proibição e está em discussão a liberação e sua comercialização no país. O cigarro eletrônico vicia quatro vezes mais que o cigarro comum. 

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