Para pedir paz e a redução da maioridade penal, familiares e amigos de Mateus Marchiori, jovem de 17 anos que foi assassinado em Bento Gonçalves no dia 9 de julho, fizeram uma caminhada na tarde deste domingo (26). A mobilização iniciou em frente ao colégio Landell de Moura, onde Mateus estudava, e seguiu até a rua Góes Monteiro.

     Para Cristiana Marchiori, de 24 anos, irmã de Mateus, a mudança na legislação é uma maneira de começar a impor mais limites nos jovens. “No caso do Mateus não vai mais ser eficaz porque já aconteceu, mas a gente luta para que depois que completarem 18 anos continuem presos, paguem pelo que fizeram, não é justo ver eles na rua depois de ter tirado a vida de alguém”, afirma.

     O manifesto foi também uma maneira de buscar mais paz. “É doloroso, somente a gente sabe o que é a dor de perder alguém tão querido como o Mateus. Os únicos dias que eu não pegava o Mateus na escola era segunda e quinta, os outros dias eu pegava ele porque vinha da faculdade. Se ele não tivesse companhia ele ligava, ou eu, ou meu pai, ou meu irmão, alguém sempre vinha buscar ele. Ele somente descia se tivesse alguém para ir para casa, senão ele não descia. Aquele dia ele tinha dois colegas junto e ele desceu e aconteceu essa fatalidade”, lembra.

     Ainda segundo Cristiana, uma audiência para tratar sobre a violência em Bento está sendo buscada junto ao governador José Ivo Sartori. De acordo com ela, o problema da falta da segurança está relacionado ao reduzido número de policiais que compõem o efetivo. “Não é culpa da nossa polícia, que prestou um trabalho muito bom. Até mesmo na faculdade onde eu estudo, a gente já cansou de ser assaltado saindo no bar da frente os alunos foram assaltados e feito reféns. Então a gente precisa de mais segurança”, finaliza. A mobilização foi encerrada com a oração do Pai Nosso e aplausos para homenagear Mateus.