Quando muitos candidatos dizem que pesquisa eleitoral nem sempre são verdadeiras, muitos deles estão certos. E quando são de institutos duvidosos ou que possuem algum tipo de ligação com políticos, partidos ou órgão de imprensa, elas sempre mostram o resultado que interessa um lado.

     Em Garibaldi, na última eleição municipal, um instituto de pesquisa mais que duvidoso apresentava a vitória do candidato a prefeito Antônio Fachinelli (MDB). Além disso, CCs (Cargos de Confiança) do ex-prefeito Antônio Cettolin (MDB) se desdobravam para distribuir um jornal com a pesquisa completamente mentirosa pela cidade. Só pela movimentação ficava evidente que a pesquisa apresentada não condizia com a realidade. Por outro lado, o Canal de Televisão ADESSO TV e o PORTAL ADESSO contrataram um Instituto de Pesquisa sério e o resultado da Pesquisa Eleitoral em Garibaldi foi exatamente o que ocorreu nas urnas com a vitória do candidato Alex Carniel. 

    Já neste ano, as pesquisas divulgadas pelo Datafolha e o pelo Ipec ( que é formado por diretores do antigo IBOPE), erraram feio em quase todas as pesquisas apresentadas, tanto para presidente, quanto para governadores e senadores. Aqui no Estado, o levantamento revelado na sexta-feira (30) pelo Ipec, única dessas duas empresas que realizou sondagens em solo gaúcho, teve discrepâncias além da margem de erro de dois pontos para mais ou para menos na comparação com a apuração oficial para governador, senador e presidente. Em nível nacional, Ipec e Datafolha se distanciaram principalmente dos percentuais obtidos por Jair Bolsonaro (PL).

     A última pesquisa Ipec apontava Eduardo Leite (PSDB) como líder na disputa pelo Palácio Piratini, com 40% dos votos válidos, seguido por Onyx Lorenzoni (PL) com 30% e Edegar Pretto (PT) com 20%. A apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelou Onyx à frente com mais de 37%, com Leite à frente de Pretto por apenas 0,04 ponto percentual 

     O mesmo levantamento também deixou de prever a vitória de Hamilton Mourão (Republicanos) para o Senado. Até a sexta-feira, o instituto apontava que Olívio Dutra, do PT, ficaria com a cadeira no Senado. Da mesma forma, as preferências dos gaúchos para a eleição presidencial nas urnas não espelharam o que a pesquisa indicava até dois dias antes.

     As entrevistas feitas com 1,8 mil pessoas no Estado sugeriam Lula com 44% das intenções de voto, contra 42% de Bolsonaro. A votação do petista chegou a ficar dentro da margem de erro de dois pontos para mais ou para menos, com pouco mais de 42%, mas o eleitorado do candidato do PL foi bastante superior ao previsto, com quase 49% dos votos registrados pelos gaúchos nas urnas eletrônicas.

     As disparidades entre as pesquisas e as apurações se repetiram em nível nacional, seja com o Ipec ou com o Datafolha. O Datafolha havia divulgado, no sábado, levantamento em que Lula somava 50% dos votos válidos, com chance de vitória no primeiro turno, enquanto Bolsonaro ficava com 36%. A apuração final indicou quase três pontos percentuais a menos para o petista em relação à sondagem, e quase oito pontos acima do esperado para o concorrente do PL. O Ipec previa 51% para Lula e 37% para Bolsonaro.