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Novo pedágio quer destruir igreja e salão de Santa Clara Baixa

Local abrigou capela de madeira erguida em 1919 que após passagem da rodovia uma nova igreja foi construída em 1974
20/11/2022 Em Carlos Barbosa
Portal Adesso - Foto: Paróquia Nossa Senhora da Conceição de São Vendelino

     Se já não bastasse o absurdo no valor que será cobrado o pedágio, onde que para se deslocar até Porto Alegre os moradores de Carlos Barbosa, Garibaldi e Bento Gonçalves vão precisar desembolar mais de R$ 30 reais, o novo pedágio inventado pelo governo do Estado na ERS 446, quer destruir parte da história de Carlos Barbosa.

     A Igreja e o Salão da Comunidade Nossa Senhora da Assunção, em Santa Clara Baixa, localizada às margens da ERS-446 pode ser demolida devido a construção da praça de pedágio. Esta foi a informação que a coordenação da comunidade recebeu por parte do engenheiro do Consórcio Integrasul, vencedor do leilão realizado pelo Governo que irá administrar o trecho. Conforme o comunicado, para viabilizar a instalação do posto de cobrança, a igreja seria demolida, pois as cabines de cobrança se estenderão até próximo da porta da igreja construída em 1974, local onde estava a capela anterior, que foi a ruína devido a um deslocamento de solo ocasionado pela construção da rodovia, no início da década de 1970.

     Imediatamente os membros da comunidade foram todos comunicados, Dom Carlos, bispo de Montenegro e responsável pela comunidade, veio até o local, e no último sábado (12), aconteceu a primeira assembleia para discutir a questão, encaminhamentos e foi definido que uma representação da comunidade iria se reunir com o prefeito Everson Kirch.

     Em reunião realizada na última sexta-feira (18),  na prefeitura de Carlos Barbosa, o prefeito se comprometeu em ajudar a comunidade na luta contra a demolição do templo. Os moradores pedem respeito à história da comunidade, que iniciou com a chegada dos primeiros moradores no longínquo ano de 1885, sendo que a primeira capela de madeira foi erguida em 1919. Devido à instabilidade do solo da região, o cemitério da comunidade também passa a ser motivo de preocupação. No local estão sepultadas quatro gerações da comunidade, inclusive os primeiros habitantes da localidade, vindos da Itália. 

     Historicamente, a rodovia já esteve fechada em diversas ocasiões por causa de deslizamentos e rachaduras desde o início da construção da rodovia ERS 446. A comunidade teme que, além da destruição de sua sede religiosa, venham a acontecer outras fatalidades no local, pedindo a intervenção dos entes públicos para que o pedágio seja construído em outro local.



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