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Bento registra aumento no número de famílias em situação de extrema pobreza

Atendimentos do Cadastro Único aumentaram em quase 40% em 2022 em relação a 2021
07/02/2023 Em Bento Gonçalves
Site Notícias de Bento - Kevin Sganzerla

     A cidade de Bento Gonçalves, próspera em investimentos e em negócios na Serra Gaúcha, não transparece, sobretudo aos olhares dos turistas, a desigualdade social presente no município. No entanto, ela existe e contou com crescimento no ano de 2022. O número de famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) aumentou em 33% em 2022, sobretudo no que tange àquelas que se encontram em situação de extrema pobreza. O Cadastro Único é o instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda, desta forma, proporcionando que o governo conheça a realidade socioeconômica da população. Em dezembro de 2021 haviam 6.633 pessoas cadastradas no CadÚnico. No final de 2022, esse número aumentou consideravelmente, com uma elevação de 33%, correspondendo a 8.839 famílias. O crescimento foi significativamente maior se comparado à elevação registrada de 2020 a 2021, que contou com um crescimento de 23%.

     Famílias caracterizadas em situação de “extrema-pobreza”, que vivem com renda mensal de até R$ 105 por pessoa, contaram também com um aumento significativo em 2022. Em dezembro de 2021, o CadÚnico contava com 1.265 famílias. No ano passado, no mesmo mês, esse número cresceu para 1.546, ou seja, uma elevação de 22,2%, que se mostra ainda mais considerável quando comparado ao aumento de 2021 em relação a 2020, que registrou um crescimento de apenas 4,4%. O número total de pessoas inscritas em 2022 foi de 21.527. Destas, 2.263 se encontram em situação de pobreza e 3.104 em extrema pobreza. Em 2021, o total de pessoas cadastradas no CadÚnico foi de 16.724. “As famílias cadastradas em situação de pobreza ou pobreza extrema são as que se autodeclaram desempregadas ou com fontes de renda precárias no mercado informal de trabalho em sua maioria”, relata a Coordenadora do Cadastro Único, Adriane Lazzarotto.

     Conforme Adriane, a demanda de atendimentos acompanhou a tendência de alta com 18.993 atendimentos em 2022, praticamente 40% superior em relação ao período de 2021, que registrou 13.972 atendimentos. “É importante compreender que no período da pandemia da COVID-19 a Assistência Social como um todo foi responsável por importantes contingenciamentos, muitos em caráter emergencial que difundiram o acesso a políticas públicas. No período pós-pandêmico, o fluxo de cidadãos que continuaram a buscar algum tipo de apoio manteve-se em alta, isso em relação a todos os programas, projetos, serviços e benefícios da Assistência”, salienta.

     A coordenadora relata que os atendimentos mais recorrentes foram de famílias que mesmo contando com alguma fonte de renda, a perda de poder aquisitivo se agravou entre 2021 e 2022, tratando-se de famílias que passaram a buscar a assistência na perspectiva de acessar programas de transferência de renda para complementar o sustento familiar.



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