Polícia

Júri de jogador que agrediu árbitro com chute na nuca começa em Venâncio Aires

Atleta é acusado do homicídio tentado qualificado (motivo fútil) contra o ex-árbitro Rodrigo Crivellaro
07/02/2023
Correio do Povo - Foto: TJRS/Reprodução/Twitter

     O júri do jogador William Ribeiro, acusado de agredir gravemente um juiz de futebol, no dia 4 de outubro de 2021, começou nesta terça-feira no Foro de Venâncio Aires. O julgamento é presidido pelo Juiz de Direito João Francisco Goulart Borges, da 1ª Vara Judicial da Comarca. O atleta é acusado do homicídio tentado qualificado (motivo fútil) contra o ex-árbitro Rodrigo Crivellaro, durante jogo válido pela Divisão de Acesso. O réu já foi interrogado, mas antes ele se voltou à plateia, onde está Crivellaro, e pediu desculpa pela agressão. “Me arrependo bastante”, disse. O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) começou em seguida a fase de debates.

     Previsto para ocorrer em 24 de novembro do ano passado, o júri foi cancelado de véspera a pedido da defesa, que apresentou atestado médico recomendando isolamento ao réu por ter mantido contato com pessoas infectadas pela Covid-19. O réu responde em liberdade ao processo, e foi denunciado pelo MPRS no dia 24 de novembro de 2021. Após a instrução do processo criminal, o juiz João Francisco Goulart Borges proferiu sentença de pronúncia em 18 de março deste ano. A seguir, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) negou provimento ao recurso da defesa do jogador e reinseriu, a pedido da acusação, a qualificadora de motivo fútil.

     A pena para homicídio qualificado prevista no Código Penal é de 12 a 30 anos de reclusão. Quando o crime é tentado, poderá haver diminuição de um a dois terços. O episódio de violência aconteceu durante partida entre o Guarani de Venâncio Aires e o São Paulo, de Rio Grande, então clube de William Ribeiro. No segundo tempo, ele foi advertido com cartão amarelo por Rodrigo Crivellaro e reagiu derrubando o juiz da partida com um soco seguido de um pontapé na região da nuca. A vítima desmaiou após a agressão e teve de ser levada de ambulância para o hospital na cidade.

     A agressão foi filmada e logo ganhou repercussão nacional. O jogador chegou a ficar preso. Conforme a denúncia do MPRS, Crivellaro ficou incapacitado para as ocupações habituais por mais de 30 dias.

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