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Corpo de Brian Grandi é encontrado em Passo de Torres

Ele estava na Praia Azul entre Bela Torres e Passo de Torres próximo do Rio Mambituba com o Mar
23/02/2023
Correio do Povo

     O corpo de Brian Grandi foi encontrado no começo da manhã desta quinta-feira (23) na praia Azul, em Passo de Torres. A vítima estava aproximadamente três quilômetros de distância de Torres. Segundo o jornal catarinense Nortesul, um veranista avistou o corpo e acionou as autoridades. Bombeiros militares, juntamente com policiais militares e civis, foram para a orla.

     O corpo estava apenas de meias devido à ação da correnteza do mar. A bermuda do jovem foi localizada nas proximidades e ainda continha os documentos e o telefone celular dele. Observou que a identificação oficial da vítima, já reconhecida pelos familiares, será feita pelo Instituto Médico Legal de Araranguá.

     No início desta tarde, o comandante do 9º Batalhão de Bombeiros Militar (9º BBM), tenente-coronel Rodrigo Canci Pierosan, confirmou que as buscas do jovem incluía a hipótese de que poderia aparecer no lado de Santa Catarina, devido ao grande volume de água do rio que desceu e encontrou o mar, juntando-se à corrente de Sul para Norte. “Fizemos um uso intenso de aeronaves”, citou como exemplo da mobilização ininterrupta para localizar a vítima. A Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul e todas as suas instituições vinculadas manifestaram pesar pela confirmação do óbito, lamentando o falecimento e expressando “condolências aos familiares e amigos”. A SSP/RS lembrou que as forças de segurança pública gaúcha e catarinense atuaram “imediatamente para auxiliar no resgate de vítimas, busca por desaparecidos e elucidação do acidente”.

Polícia Civil investigará como homicídio culposo 

     Com a localização do corpo do jovem Brian Grandi, 20 anos, a Polícia Civil vai investigar como homicídio culposo, além de lesões corporais culposas, no caso do rompimento dos cabos da ponte pênsil sobre o rio Mampituba, entre Torres, no Rio Grande do Sul, e Passo de Torres, em Santa Catarina, ocorrido na madrugada da última segunda-feira.

     Segundo o titular da Central de Polícia de Araranguá (SC), delegado Maurício Pretto, os inquéritos estão sendo conduzidos ao mesmo tempo pelos policiais civis catarinenses e gaúchos. Laudos periciais estão sendo aguardados. “Nós temos o que chamamos de materialidade delitiva dentro do inquérito”, disse.Ele explicou que haverá compartilhamento de provas. Testemunhas e vítimas catarinenses e gaúchas estão prestando depoimentos respectivamente em SC e RS. Ao menos 35 pessoas já compareceram. “A gente acredita que não vai conseguir identificar todas, mas se alguém souber de quem estava na ponte quiser colaborar, entre contato”, enfatizou.

     Mesmo sem os laudos periciais, ele admitiu que "a ponte possui diversos problemas de corrosão excessiva e estruturais, nós temos grampos colocados de maneira, em tese, não permitida. Nós temos uma diferença de ancoragem dos dois lados. Isso é perceptível”, avaliou. “A gente já percebe de início de diversos problemas estruturais que indicam que a ponte não deveria estar operando porque o risco de queda, independentemente do excesso de pessoas, era iminente. Então, a ponte deveria ter sido interditada ", declarou.

     “Nós tivemos outro incidente aqui com um barco de pesca, há cerca de 60 dias, em que ele ficou preso na estrutura da ponte”, recordou. “Isso deve ter gerado também algum abalo estrutural, mas foi liberada a ponte”, acrescentou. “É prudente que se tivesse sido interditada para evitar essa tragédia que aconteceu e que poderia ter sido bem pior”, emendou.

      Admitiu ainda que o excesso também pode ter contribuído para o acidente. O delegado Maurício Pretto concluiu que foram vários fatores responsáveis pelo rompimento dos cabos.



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