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Com dívidas que chegam a R$ 1,8 bilhão, Languiru quer vender fábricas

Empresa com sede em Teutônia atrasa pagamentos para prestadores de serviços, bancos e transportadores
16/03/2023
Informações Jornal A Hora

     Passando por grande dificuldade financeira, a Cooperativa Languiru prepara uma série de medidas para estancar a crise e tentar manter-se em pé. Em vídeo publicada nas redes sociais no mês passado, o presidente Dirceu Bayer, afirmou que existem várias alternativas para manter a cooperativa fundada em 1955 que tem 5,8 mil associados e emprega cerca de 3,4 mil funcionários. 

     Conforme Bayer, a direção busca se desfazer de plantas industriais, e ainda de operação de aves e suínos, que, conforme a direção, foi a principal causa do prejuízo de 2022, que ficou em torno de R$ 300 milhões.  Apenas com as instituições bancárias, a dívida atinge R$ 826,8 milhões. Somados fornecedores, terceirizados e transportadores, estimativa extraoficial aponta que essa dívida se aproxime de R$ 1,8 bilhão.

     Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Teutônia e Westfália, além dos prefeitos da região, estão preocupados com a situação, pois a cooperativa movimento muito o agronegócio do Vale do Taquari e é dela que vem o sustento de milhares de famílias. Fornecedores, terceirizados e transportadores estão aflitos com relação ao pagamento. 

     Diversas indústrias tem registrado prejuízos nessas atividades, o que faz o quadro ser mais crítico para a Languiru, pois foram R$ 300 milhões de investimentos feitos nos últimos cinco anos. Houve expansão de linhas, atualização tecnológica das plantas industriais, entrada em novos negócios, sem o resultado esperado.

     O faturamento da Languiru fica na casa dos R$ 2,2 bilhões. Com os juros, a dívida com os bancos sobe para algo próximo a R$ 1 bilhão. Isso representa 68,1% da arrecadação com os negócios por ano. Do montante em débito, 80% está concentrado no Banco do Brasil, Sicredi, Banrisul e Sicoob. O restante distribuído em fundos de investimentos. A renegociação das dívidas é conduzida pela CD Capital, de Derci Alcântara. O executivo atuou como vice-presidente de agronegócio do Banco do Brasil.

     Em comunicado aos associados em 16 de janeiro, por meio de vídeo, o presidente Dirceu Bayer reconheceu as dificuldades e os atrasos de pagamento aos fornecedores e terceirizados. No material, relata que os débitos estão em renegociação. “Nosso produtor será preservado e a Languiru continuará firme e forte”.






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