Polícia

Micael Carissimi entra com Habeas Corpus para não prestar serviço na prefeitura

Em processo movido pelo Ministério Público, mandante do crime contra jornalista quer escolher onde cumprir a sentença
05/09/2023 Em Garibaldi

     Na tarde desta segunda-feira (04), Micael Carissimi, indiciado pela Polícia Civil e Ministério Público de ser o mandante do ataque contra o jornalista Daniel Carniel em janeiro de 2022 participou de audiência no fórum de Garibaldi. Micael não compareceu presencialmente, e solicitou que a audiência fosse virtual. Junto com ele, participou também de forma virtual, o autor do ataque, William Dorneles, que teria ganho R$ 500 reais para praticar a agressão na porta do Canal ADESSO TV.

     O terceiro indiciado no caso e quem teria sido contratado diretamente por Micael Carissimi, Vinicius de Almeida Castro, foi executado com cinco tiros em Farroupilha em 28/05/2022, e por isso, foi extinto do processo.

     O Ministério Público, através do promotor de justiça de Garibaldi, Paulo Adair Manjabosco, sugeriu aos acusados que fosse feita uma “transação penal”, que é um acordo firmado entre o réu e o MP, onde os atores de fatos criminosos aceitam cumprir pena antecipada de multa ou restrição de direitos e o processo é arquivado. Por considerar ser um crime de menor potencial ofensivo”, com pena máxima de até 2 (dois) anos, os acusados podem ter este benefício. A transação penal feita pelo MP, sugere que Micael Carissimi e Willian Dorneles prestem 90 horas de serviços à comunidade.  

Habeas Corpus

     Na última sexta-feira (01), o advogado de Micael Carissimi entrou com um Habeas Corpus solicitando que a justiça interferisse no acordo do Ministério Público para que ele não prestasse serviço comunitário na Prefeitura Municipal de Garibaldi. Ele alega que poderá ser perseguido e colocado em local vexatório. Por isso, quer que o promotor de Garibaldi o coloque para prestar serviço comunitário no hospital São Pedro ou Corpo de Bombeiros. Ele ainda pediu a redução da carga horário de 90 para 60 horas a serem prestadas.

     Como esta foi audiência de conciliação, o Ministério Público e a justiça ainda não homologaram a decisão e nem está definido são vão acatar o pedido do autor do fato criminoso.

Sem padrinho político, agressor que ganhou R$ 500 poderá ter que pintar cordões

    Se por um lado o apadrinhado do ex-prefeito de Garibaldi Antônio Cettolin (MDB), Micael Carissimi, contrata advogados de Porto Alegre e até exige onde cumprir a transação penal, por outro, William Dorneles, que é morador de Carlos Babosa não tem o mesmo “pedigree”. Durante a audiência, seu advogado não fez nenhuma exigência e não questionou em nenhum momento onde seu cliente irá prestar serviços à comunidade. A única solicitação é que fosse feita na cidade onde mora. Dependendo de sua qualificação ele poderá ter que auxiliar na secretaria de Planejamento, Serviços e Vias Urbanas. 

Em outro inquérito, Micael Carissimi, está indiciado por corrupção e fraude em licitação

    Além do indiciamento criminal pelo taque contra o jornalista Daniel Carniel, Carissimi também foi investigado na Operação Caementa, que apura suspeita da fraude em licitações quando era secretário de Obras de Garibaldi em 2018. Ele foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de corrupção passiva e por supostamente integrar organização criminosa. Carissimi é suspeito de receber pagamentos regulares de uma empresa de concreto. Em operação realizada em novembro de 2018 pelos agentes federais, foram encontrados R$ 10 mil em dinheiro no carro do então secretário e R$ 162,5 mil na casa dele. "Registre-se que os valores estavam acondicionados em envelopes com a identificação da empresa Concresart Tecnologia em Concretos LTDA", apontou o relatório da PF.

     Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal, o caso segue sob apuração.A mesma operação motivou a abertura de um inquérito civil pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, que ainda não foi concluído. O MP estadual investiga o pagamento de suposta propina.




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