Chega a 95 o número de mortos na catástrofe gaúcha
A forte chuva que atingiu o Rio Grande do Sul afetou 397 dos 497 municípios do Estado e causou dezenas de mortes. O desastre climático ainda afetou o fornecimento de água tratada e de energia elétrica em centenas de milhares de imóveis. A chuva também levou o Guaíba ao maior nível já registrado
Mortes e desaparecimentos
De acordo com o boletim da Defesa Civil estadual, divulgado às 12h de terça-feira (7), a chuva causou 90 mortes. Outros quatro óbitos estão em investigação, para confirmar se foram causados pelo desastre meteorológico. Outras 362 pessoas se feriram. Há 131 desaparecidos. O RS tem 156.056 desalojados e 48.297 pessoas em abrigos.
Rio Guaíba
As medições do nível do Guaíba são realizadas de hora em hora, conforme divulgação da Defesa Civil estadual. O dado mais recente, das 11h15min, mostra que o nível aumentou 3cm em relação ao medido duas horas antes, chegando aos 5m28cm. O registro mais alto foi de 5m33cm, às 8h de domingo (5).
Água
As regiões Metropolitana, Nordeste, Central e dos Sinos estão com o abastecimento de água tratada afetado e o consumo deve ser feito de maneira responsável nestes locais. Conforme boletim da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), divulgado às 12h de terça-feira (7), 649,1 mil imóveis estão desabastecidos em sua área de atendimento.
A Região Metropolitana é a mais atingida, com 455 mil imóveis sem água em sete cidades. Com a recuperação parcial do sistema, Cachoeirinha voltou a abastecer 40% da população e Gravataí tem 65% do fornecimento restabelecido. Alvorada, Canoas, Esteio, e Sapucaia do Sul seguem 100% sem água devido aos alagamentos das unidades operacionais (370 mil imóveis). Com o mesmo cenário, Viamão tem 97% dos imóveis sem água. Guaíba e Eldorado do Sul estão isolados, no entanto com o fornecimento normalizado após a instalação de dois geradores na Estação de Tratamento de Guaíba.
Além da Metropolitana, na região Nordeste são 129 mil imóveis sem água em 19 municípios. Lajeado, São Sebastião do Caí, Guaporé, Bom Retiro do Sul e Montenegro voltaram a operar plenamente, com os sistemas em recuperação para o restabelecimento gradual do abastecimento. Na região Central são 48 mil imóveis em nove municípios, no Sinos há desabastecimento em três cidades, impactando em 15 mil imóveis, em Nova Santa Rita, Triunfo e General Câmara.
Em Porto Alegre, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) informa que quatro estações de tratamento de água (Etas) seguem com operações suspensas. São elas ETA Moinhos de Vento, ETA Tristeza, ETA das Ilhas e ETA Menino Deus. Além disso, as outras ETAs da cidade estão operando com capacidade reduzida. A ETA São João ficou inoperante nos últimos dias, mas, nesta terça, o Dmae informou que conseguiu retomar o tratamento. No entanto, informa que a vazão está reduzida, o que faz com que o abastecimento retorne de forma gradual. Esta ETA abastece 35 bairros da zona norte da Capital.
Energia elétrica
O Estado tem, no começo da noite desta segunda-feira, ao menos 469,9 mil imóveis sem energia elétrica. A RGE informa que em sua área de concessão 244,8 mil clientes estão desabastecidos. A maioria desses clientes está em áreas alagadas ou em locais inacessíveis para as equipes. As regiões mais afetadas são Metropolitana (79,9 mil), Vale do Taquari (60,4 mil), Vale do Sinos (55,9 mil), Vale do Rio Pardo, (33,1 mil) Serra (4,9 mil) e Planalto (3,8 mil).
Na área da Certel (em municípios dos Vales do Taquari, Caí, Rio Pardo, Paranhana e Encosta Superior do Nordeste), são 19 mil clientes sem fornecimento de energia elétrica.
Já a CEEE Equatorial divulgou, às 9h, que 206,1 mil clientes estão sem fornecimento de energia elétrica, sendo que 189 mil estão desligados por segurança, devido a áreas alagadas. Os municípios mais atingidos são Alvorada, Guaíba, Pelotas e Porto Alegre.