Escola Attílio Tosin protesta contra vereador após fala sobre suposto abuso
A sessão itinerante da Câmara de Vereadores de Garibaldi, realizada na comunidade de Linha Araújo e Souza, foi marcada por uma forte presença de professores, funcionários e pais de alunos da Escola Cívico-Militar Attílio Tosin que fica no Bairro São Francisco. A mobilização, respeitosa e silenciosa, teve como objetivo protestar contra declarações feitas pelo vereador Douglas Cettolin (MDB), que acusou a escola de acobertar um suposto caso de abuso sexual — alegação que, segundo investigações oficiais, nunca ocorreu.
Durante uma sessão ordinária anterior, o parlamentar afirmou, sem apresentar provas, que um professor teria "passado a mão em meninas" e feito comentários inadequados. Ele disse ainda que uma sindicância havia sido aberta e que, por conta do afastamento do profissional, presumiu que as acusações seriam verdadeiras.“Este caso aconteceu na metade do ano passado, um professor passava a mão em meninas, falava algumas palavras inapropriadas. Foi aberta uma sindicância para apurar a veracidade dos fatos. A secretária da Educação afastou o professor, e com isso eu pressuponho que o fato era verídico”, afirmou o vereador na ocasião.
Contudo, tanto a sindicância interna da Prefeitura quanto as apurações da Polícia Civil e do Ministério Público não encontraram qualquer indício de abuso. O inquérito foi arquivado, e o professor em questão teve sua conduta isentada de qualquer irregularidade.
Indignados com a fala do vereador e com os danos causados à imagem da escola e de seus profissionais, a comunidade escolar decidiu se manifestar. A presença expressiva no encontro legislativo itinerante foi uma resposta simbólica, mas contundente. Durante a sessão, Cettolin não se pronunciou e, ao final dos trabalhos, deixou o local sem participar da confraternização com os moradores.
Para a direção da Escola Cívico-Militar e para os pais de alunos, a atitude do vereador foi irresponsável e prejudicial. "É inadmissível que uma autoridade pública utilize a tribuna para fazer afirmações tão graves sem qualquer comprovação. A reputação de uma escola e de um profissional foi colocada em xeque injustamente", comentou um pai, que preferiu não se identificar.
A manifestação também foi entendida como um pedido por responsabilidade e ética no debate público, especialmente quando envolve instituições de ensino e denúncias sensíveis. A comunidade agora aguarda uma possível retratação por parte do parlamentar.