Polícia

Empresário vítima de falsa blitz fala sobre os momentos de tensão

07/04/2016
Jornal Pioneiro - Caxias do Sul - Foto: Ilustrativa

     O homem de 49 anos, foi abordado por criminoso que estava fardado como policial militar. O sequestro e roubo ocorreram no  no final da tarde desta segunda-feira (04), na rua João Ludovico Salvadori, bairro Ferroviário.

     Em entrevista para o Jornal Pioneiro nesta quarta-feira (06), ele contou sobreo que aconteceu e dos momentos de tensão que a família viveu. Acompanhe:

 

 

     Imagine a cena: você está chegando em casa e encontra um policial militar fardado e a rua sinalizada com cones. O policial ordena que você pare o veículo. Como bom cidadão, você obedece e então descobre que a blitz é falsa e que o policial é um assaltante.

     Essa situação foi vivenciada na noite de segunda-feira por um empresário de Garibaldi, que pediu o anonimato. O homem de 49 anos foi abordado pelo falso policial a 50 metros de casa. O criminoso usava uma farda semelhante a da Brigada Militar.

     O ataque teve a participação de outros dois ladrões armados e mascarados, que estavam em um Honda Civic e renderam a vítima. Dali, os bandidos seguiram com o refém para dentro da moradia, onde estava a mulher e um dos filhos do empresário.

     A partir daquele momento, a família viveu momentos de tensão. Os bandidos roubaram joias, dinheiro, celular e um carro. O veículo do empresário foi abandonado no bairro Fenachamp mais tarde. O Civic dos bandidos estava em uma estrada vicinal próximo ao Km 11 da ERS-446, em Carlos Barbosa. Em menos de um mês, esse é o terceiro assalto a residência em que ladrões se disfarçam de policiais. Outros dois casos ocorreram em Caxias do Sul.

De acordo com o delegado Clóvis Rodrigues de Souza, da Polícia Civil de Garibaldi, ainda não foram identificados suspeitos do ataque contra o empresário. A vítima narrou ao Pioneiro o pavor que viveu em poder dos bandidos.

Como aconteceu a abordagem?


Eu saí da empresa pouco antes das sete da noite. Quando estava a 50 metros do portão de casa, um homem vestido com a roupa de policial me mandou encostar o carro. Já tinha um Civic parado ali. Quando estacionei, dois homens mascarados e armados chegaram na porta, um de cada lado. Um deles abriu a porta e me mandou sentar no banco de trás. O outro assumiu o volante. Ficamos rodando pela cidade. Depois, eles foram até a minha casa comigo. Dentro de casa, eu fiquei na parte de cima com um deles. O outro pegou a minha esposa e meu filho. Minha mulher entregou joias e dinheiro. Depois disso, eles (mulher e filho) foram amarrados no banheiro. O homem que estava comigo também me levou para ao mesmo banheiro e amarrou meus braços e pernas. Quando consegui me soltar, liguei para o vizinho e pedi ajuda. Não sabia se os bandidos estavam por ali ainda.

Quanto tempo durou a ação?


Andando com o carro foram uns 20 minutos. Dentro de casa ficaram mais 10 minutos.

O que os criminosos falavam?


Eles diziam que sabiam tudo sobre a minha vida: onde eu morava, o que fazia, quais os horários que eu saía e voltava para casa. Falaram que estavam me monitorando há dias e que só queriam dinheiro.

Em algum momento foram agressivos?


Ficaram o tempo todo com a arma apontada para mim, mas em nenhum momento me agrediram. Parecia que tinham experiência nisso.

Você estava nervoso?


Fiquei um pouco no começo, porque estava distraído e nem imaginei que poderia ser uma armadilha. Mas depois procurei ficar calmo. Falei que era para eles (ladrões) ficarem calmos também. Disse a eles iria dar tudo o que quisessem.

Como o senhor se sente depois de tudo isso?


Nunca fui assaltado. Fico preocupado com a minha família, mas continuo calmo. Agora preciso trabalhar para recuperar o que foi levado.

 

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