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Cavalarianos de Carlos Barbosa e Garibaldi participam de cavalgada na região Sul do Estado

Eles percorreram mais de 300 km às margens da Lagoa dos Patos refazendo o caminho das tropas na Guerra dos Farrapos
30/01/2019
Portal Adesso - Foto: Cavaleiros da Costa Doce/Divulgação
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     Quatro cavaleiros da região percorreram 300 km passeando à margem da Lagoa dos Patos, participando da 20ª edição da Cavalgada Cultural da Costa Doce, que saiu do município de Barra do Ribeiro, passou por São Lourenço do Sul e teve como destino a cidade de Pelotas. Ao todo, mais de 60 cavaleiros do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo e até do Uruguay.

     Representando a Serra Gaúcha, os cavaleiros de Garibaldi, Michel Bianchi e Vilson Antônio da Fonseca e de Carlos Barbosa, Odair Sauthier e José Denicol, participaram pela segunda vez do evento. Conforme Bianchi, a cavalgada busca resgatar os caminhos percorridos pelos Farroupilhas durante a Guerra dos Farrapos, onde costeavam a Lagoa para fazer o percurso da Zonal Sul até a capital do Estado.  Michel destacou o itinerário, que  passou por lugar fantásticos. “Passamos por lugares muito lindos, com uma natureza típica da região, terreno arenoso, figueiras centenárias, passando e pousando em fazendas até São Lourenço do Sul”, frisou. O percurso permitiu um dia de descanso. Depois, os cavaleiros seguiram para o trecho mais “pesado”, onde não há acesso de veículos e o apoio e material necessário para o acampamento só pode seguir em barcos.

     Ainda em São Lourenço do Sul foram passadas as informações sobre o trajeto, onde a organização alertou sobre as situações adversas que seriam encontradas pelo caminho. “Nós percorremos no sábado 40 Km cruzando a Barra do Rio Corrientes onde os cavalos ficam com a água na altura da sela e é necessário buscar os bancos de areia bem longe da margem para dar passo, onde ela fica mais rasa para poder acessar a Ilhada Feitoria, que é uma ilha sem infraestrutura nenhuma, sem luz, água e acessos por estradas”, enfatiza o empresário. Na ilha, os quatro acamparam em uma antiga Vila abandonada, onde há uma antiga igreja e algumas casa e apenas um morador. Em vários pontos da costa os cavalarianos devem desviar a areia da praia por dentro da Lagoa, por cerca de cinco a 10 metros para escapar da areia movediça. Nesse momento o cavalo entrou na água por engano e afundou até a barriga saindo com muito esforço. 

     “No domingo, saímos da Ilha por trecho de juncal, que é um terreno pantanoso, alagado com bastante lodo no fundo. Este trecho é bastante tenso, porque os cavalos devem manter a distância de um a dois corpos um do outro, deve-se seguir em fila única atrás do batedor para evitar de entrar em algum buraco ou lodo movediço” salientou Michel.

     Ainda conforme Bianchi, a vegetação varia entre o junco, que não possibilita uma visão ampla de onde se está e uma vegetação mais rasteira, tipo um grama sobre a água. Depois disso seguimos pela Lagoa até chegar no lado de Pelotas. “Passamos praticamente 3 horas sem tocar em terra firme”, recorda.

     Devido ao nível das águas, houveram trechos em que os cavalos eram obrigados a nadar, literalmente. “Casos de tombos no lodo, onde o cavaleiro saiu com barro até o pescoço, tombos durante o nado dos cavalos não faltaram, mas tudo superado com muita adrenalina e risadas”, destacou Michel. 

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