Castro quer que município gaste mais de meio milhão por ano em auxílio moradia
Na sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Garibaldi na última segunda-feira (07), o vereador e presidente da Câmara Municipal, Luiz Flori Castro (PTB), solicitou na tribuna, que a prefeitura pague auxílio moradia a todos os policiais rodoviários estaduais que irão se estabelecer na cidade. Conforme foi divulgado na inauguração do Batalhão Rodoviário no último dia 03, a sede em Garibaldi terá 40 policiais.
A indicação do vereador, busca contemplar todos os novos policiais rodoviários que vierem morar no município. A justificativa apresentada, é de que eles movimentariam a economia local. Para argumentar seu discurso, Castro citou uma Lei municipal criada em 1992 que auxilia através do Fundo de Segurança Municipal agentes da segurança pública.
Hoje, a prefeitura de Garibaldi, repassa ao Consepro – Conselho Pró Segurança Pública, quase R$ 13 mil mensal para pagar auxílio moradia a 17 policiais militares e civis que atuam na cidade. Cada policial recebe R$ 753,97 de auxílio moradia. O que corresponde um custo de R$ 153.809,88 anuais aos cofres do município.
Porém, se a prefeitura de Garibaldi acatar o pedido do vereador Luiz Flori Castro, terá um acréscimo no custo mensal de R$ 30.158,8 sendo que anualmente este auxílio aos policiais rodoviários custaria aos contribuintes de Garibaldi R$ 361.905,6. Somado com o auxílio que já vem sendo pago, o valor chegaria a R$ 515.715,48, ou seja, ultrapassaria meio milhão de reais/ano em auxílio moradia.
Presidente do Consepro diz que Castro apresentou sugestão impossível
Contatado pelo PORTAL ADESSO, o presidente do Conselho Pró Segurança Pública de Garibaldi, Diogo Ongaratto, afirmou que pagar auxílio moradia a policiais rodoviários que vierem morar em Garibaldi é impossível. “Hoje, o município através de convênio nos repassa o valor de R$ 753 para pagar o auxílio a 17 policiais civis e militares que moram e atuam aqui. O custo já está elevado, imagina pagar auxílio para mais 40? É inviável”, comentou Ongaratto.
O presidente do Consepro ainda ressaltou que não existe condições de pagar este valor e que a tendência é que este auxílio seja extinto, uma vez que o pagamento tem gerado disputa entre os municípios. “Na hora do policial escolher a cidade para se transferir, ele vai escolher onde o auxílio for maior e isto tem gerado uma disputa entre as prefeituras”, concluiu.
Sugestão eleitoreira diz vereador da base governista
Um vereador da base do governo Cettolin e aliado de Castro também se manifestou sobre a ideia do presidente da Câmara em pagar auxílio moradia para policiais rodoviários. Entrevistado pela nossa equipe logo após a sessão legislativa, o vereador aceitou se manifestar desde que seu nome não fosse divulgado para evitar desconforto na base aliada. “Ano que vem temos eleição, é normal que alguns políticos busquem palanque e contentar algumas pessoas para conseguir apoio”, disse rindo o vereador.
Ele também acha que a sugestão do presidente é descabida e sem fundamento. “A prefeitura paga auxílio moradia para quem atua aqui em Garibaldi. Como o município vai pagar auxílio moradia para quem sequer atua aqui? A Polícia Rodoviária Estadual – PRE, não é de Garibaldi, o batalhão é regional e mesmo que os policiais vierem a morar aqui, eles vão atuar em diversas regiões. Fiquem tranquilo que o contribuinte de Garibaldi não vai pagar isso daí não. O prefeito Cettolin não iria apoiar uma loucura destas”, disse o parlamentar governista.