Polícia

Delegado diz não ter dúvidas que comerciante de Garibaldi participou da morte do próprio companheiro

27/03/2014
Jornal Contexto

     Um ano após o crime, investigações da Polícia Civil apontam que companheira da vítima teria sido autora do homicídio.

    Caso que teve muita repercussão nos município de Carlos Barbosa e Garibaldi começa a ser desvendado. Reportagem do Jornal Contexto de Carlos Barbosa publicada na última semana mostra que o responsável pela Polícia Civil daquele município, Delegado Leônidas Augusto Costa Reis deve remeter  à Justiça o inquérito policial sobre a morte de Elias dos Santos Hahn, 36 anos.

     O corpo de  de Elias dos Santos Hahn, 36 anos, encontrado no dia 05 de julho de 2013 em Linha Vitória (interior de Carlos Barbosa). Naquele dia, os Bombeiros foram acionados para ajudar a resgatar o corpo, que estava sob enormes pedras e com perfuração profunda no pescoço. A necropsia feita no Posto Médico Legal apontou a causa da morte por esfacelamento craniano cervical com ruptura jugular à direita por arma branca. Foi atestado também que a morte havia ocorrido entre 36 e 48 horas antes da localização do corpo. Portanto, Elias foi morto entre os dias 3 e 4 de julho. A investigação não apurou se Elias foi morto no local onde o corpo foi encontrado ou se foi morto em outro local e depois transportado para a margem do riacho, onde foi encoberto por pedras.

     A comerciante de Garibaldi, Zenilde Rabaioli de Borba, 56 anos, que era companheira de Elias, deverá ser indiciada como autora do crime. Dias depois, a polícia cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Zenilde, em Garibaldi, com a presença de peritos do IGP. Foi periciado um Gol da mulher, mas não foram encontrados vestígios do crime. O segundo carro de Zenilde, um Gol branco, estava numa chapeação em Dois Lajeados. Este veículo foi apreendido, trazido para a Delegacia e também foi periciado. Os peritos retiraram parte da forração para análise em laboratório. Não foram encontrados vestígios, mas intrigou a polícia a ausência do banco traseiro do carro.

     No dia 19 de novembro, atendendo a uma intimação, Zenilde esteve na Delegacia na companhia do advogado Miguel Angelo Santin. Em seu depoimento, ela negou qualquer envolvimento na morte de Elias. O delegado Leônidas e sua equipe de investigação viram contradições no depoimento de Zenilde, mas a mulher não aceitou ser submetida ao detector de mentiras.

     A Justiça autorizou a quebra do sigilo telefônico e bancário, onde a polícia encontrou novos indícios contra a suspeita. O delegado não tem dúvidas do envolvimento de Zenilde, embora não haja prova de onde ele foi morto, nem que arma foi usada, mas alguns fatores apontam para a suspeita, como o seu depoimento que no início foi um e depois mudou tudo, o carro visto em uma chapeação de Dois Lajeados sem o banco traseiro e uma testemunha que viu a mulher no local onde foi encontrado o corpo. Também essa mulher procurou uma pessoa pedindo para ajudar a tirar o corpo de lá. O indiciamento de Zenilde deverá ser pelo artigo 121 do Código penal: "Matar alguém".

     Em caso de condenação na Justiça, a pena varia de seis a vinte anos de prisão. O relatório do inquérito também faz referência à suspeita de Zenilde na morte do brigadiano Adroaldo Gonçalves, assassinado em Garibaldi em 2008 e que teve um relacionamento com Zenilde. Ela chegou a ser investigada como suspeita, mas não foi indiciada naquele inquérito. 

 

 

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