Hospitais da região sofrem com queda no faturamento
Apesar do aumento na circulação e no atendimento de pessoas
devido ao coronavírus, os hospitais da região estão sofrendo com redução no
faturamento. A queda está relacionada com a diminuição de exames e cirurgias
eletivas. No início da pandemia, as instituições cancelaram muitos
procedimentos, mas agora estão tentando retomar suas rotinas.
Em Garibaldi, o Hospital Beneficente São Pedro (HBSP) teve
uma redução de 70% em suas receitas. Segundo Jaime Gnatta Kurmann, administrado
da instituição, o medo da contaminação por Covid-19 afastou as pessoas da
realização de outros serviços. “O hospital é seguro. Nós criamos a área de
isolamento para possíveis casos de coronavírus e também o centro de triagem,
para que as pessoas com suspeitas da doença não entrem em contato com os outros
pacientes. As pessoas com problemas de saúde devem voltar a procurar o hospital”,
indica Kurmann.
O HBSP teve um aumento de 15% nos custos, devido aos
atendimentos para covid-19. “Esse é um serviço público. Para realizar esses
atendimentos nós precisamos contratar mais funcionários. O que balanceou um
pouco foi a contribuição dos municípios que tem o São Pedro como hospital de
referência”, explica o administrador.
Sobre os valores arrecadados junto à comunidade, Jaime deixa
claro que o uso da verba foi destinada a compra de equipamentos para a UTI do
hospital. “O valor arrecadado foi todo para investimento, porém nós temos todo
o custeio da instituição”.
Os hospitais do Tacchini Sistema de Saúde também estão
passando por redução no faturamento. As cirurgias eletivas, procedimentos
ambulatoriais, exames laboratoriais, entre outros serviços estão suspensos
desde de março. Os hospitais do grupo estão apenas realizando procedimentos
considerados de urgência.
Em abril houve uma redução de mais de 38% no faturamento
geral do sistema Tacchini. A queda levou a instituição a aderir ao programa do Governo
Federal de redução de jornadas de trabalho e salários. Em um comunicado enviado
para os funcionários a direção do grupo alega que a diferença entre receitas e
despesas chegou a um ponto que tornou-se impossível seguir sem algumas medidas
para readequar a folha de pagamento.
Alguns funcionários tiveram sua jornada de trabalho reduzida
em 25%, outros em 50% e alguns em 70%. Além disso, outra parcela de
colaboradores cuja atividade foi afetada por completo pela pandemia de
Coronavírus terão contratos suspensos por 60 dias. Em todos os casos há
complementação de salário por meio de programa do governo federal. A medida
deve durar pelos próximos 90 dias.