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Ataques contra a imprensa cresceram 26,9% em 2022

De janeiro a abril foram 151 episódios, dentre eles, o do jornalista Daniel Carniel
28/05/2022 Em Garibaldi
Portal Adesso - Foto: reprodução

     Com o objetivo de acompanhar a situação da liberdade de imprensa no Brasil, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) monitora os ataques sofridos por jornalistas e meios de Comunicação. Em recente divulgação de dados, a entidade identificou 151 episódios de agressão física e verbal, ou outras formas de cerceamento do trabalho jornalístico. Isso significa uma piora no cenário em relação a 2021, pois houve um aumento de 26,9% nessas ocorrências, considerando o mesmo período do ano passado.

     O monitoramento ainda identificou que o tipo de agressão mais comum continua sendo o 'discurso estigmatizante' - assim como foi em 2019, 2020 e 2021. Ele está presente em 66,9% dos alertas identificados em 2022. Além disso, foi registrado um aumento de 12 casos dessa forma de violência verbal em comparação com o mesmo período do ano passado. A categoria de 'agressões e ataques', que envolve violência física, atentados e ameaças explícitas, também aumentou, apresentando um salto de 80%.

     Além disso, diferentemente de 2021, neste ano registrou-se um assassinato e dois casos de violência sexual. Vale ressaltar que a Abraji classificou estas ocorrências de acordo com o novo indicador estabelecido pela rede Voces del Sur, que registra situações de assédio, ameaças, atos ou comentários sexuais em uma categoria própria. Por conta disso, a entidade afirma que, até o momento, 2022 está mais violento para o Jornalismo brasileiro do que o anterior.

Ataque contra o jornalista Daniel Carniel em Garibaldi também foi contabilizado na estatística

     No início da tarde do dia 14 de janeiro, o jornalista Daniel Carniel foi agredido covardemente enquanto chegava ao canal ADESSO TV para apresentar seu programa Prato Limpo. Um capanga, contratado por integrante de um grupo político que perdeu as eleições na cidade em 2020, pegou o jornalista de tocaia e desferiu diversos socos e chutes, causando lesões no apresentador que levou 12 pontos nos lábios e sofreu hematomas pelo corpo. 

     Investigações da Polícia Civil de Garibaldi, coordenada pelo delegado Clóvis Rodrigues de Souza chegaram ao agressor e também o autor deste crime. No inquérito da polícia, remetido ao Ministério Público, o mandante é apontado como Micael Carissimi, chefe de gabinete e ex-secretário do ex-prefeito Antônio Cettolin (MDB). Micael teria solicitado a um homem de Farroupilha que contratasse alguém para agredir o jornalista. Um homem de Carlos Barbosa executou a ação e em menos de 15 dias foi preso pela polícia onde confessou ao delegado e aos investigadores o ato. 

     O inquérito que aponta Micael Carissimi como mandante está no Ministério Público aguardando os trâmites. Se confirmado, Micael será indiciado e condenado pelo crime. 



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