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Após ofícios de Pasin, vídeo sobre trabalho escravo é retirado do ar

Deputado vai ainda requerer explicações da corregedoria do MPT em Brasília sobre o caso
04/02/2024
Portal Adesso - Foto: Arquivo e Reprodução
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     Uma peça publicitária do Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre prevenção ao trabalho análogo à escravidão gerou reações de diversas lideranças da Serra, entre elas, o Deputado Estadual Guilherme Pasin (PP), que logo após tomar conhecimento do caso buscou providencias sobre o assunto. O vídeo de 30 segundos, em formato de animação, mostra um trabalhador fictício que aceita uma proposta de trabalho temporário na colheita da uva no Sul do país. No entanto, ao chegar no local, ele descobre ter assumido dívidas e sendo submetido ao trabalho escravo. A produção encerra com o personagem pedindo ajuda, denunciando o caso e alertando para desconfiar de propostas "encantadoras". 

     Conforme a grande imprensa,  o vídeo faz parte do Projeto Liberdade no Ar que existe  desde 2020 e é liderado pelo MPT em parceria com outras entidades. Entretanto, a peça publicitária sobre o trabalho análogo à escravidão ganhou repercussão após ser exibida em telões de aeroportos brasileiros, uma vez que a Infraero é uma das parceiras do projeto. Vídeos que circularam nas redes sociais nesta semana geraram repercussão negativa na região serrana. 

     Na última sexta-feira (02), representantes de sindicatos rurais se reuniram em Farroupilha com procuradores do Ministério Público do Trabalho - MPT de Caxias do Sul. No encontro, que tratou das ações de fiscalização que estão sendo feitas durante a colheita da uva em propriedades de pequenos agricultores, foi feito pedido para que o vídeo fosse retirado do ar. 

     Ainda na sexta, o deputado Pasin protocolou ofícios eletrônicos ao MPT em Porto Alegre, Brasília e também à Infraero solicitando a retirada do vídeo das redes sociais e dos telões dos aeroportos. Ele disse ter recebido confirmações do recebimento da mensagem, mas não há respostas formais ao pedido. Além disso, o deputado afirmou que também que vai protocolar um ofício na Corregedoria do MPT em Brasília pedindo explicações sobre o caso. " Qual é o interesse deles em generalizar este assunto e causar esse impacto todo em uma comunidade. Sou contrário a qualquer tipo de generalização. Se existe erro, a culpa, o crime, deve-se punir o responsável e não toda uma sociedade, uma região. Por outro lado, trabalhamos o turismo na nossa região e cria uma animosidade com o povo nordestino que não existe e não pode existir, somos todos um país", disse Pasin que também postou um vídeo em suas redes sociais explicando sobre as medidas que estava tomando. 

     Conforme o  MPT, a animação "tem caráter educativo, pedagógico e preventivo, abordando situações em que já foram documentados trabalho escravo contemporâneo e tráfico de pessoas". O posicionamento diz ainda que as animações não tratam de casos específicos. "O objetivo é chamar a atenção para situações que podem parecer uma grande oportunidade, uma boa proposta de emprego e de mudança de vida, e não são". 



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