Polícia

Justiça condena veterinário por sequestro, tortura e tentativa de homicídio

Ari Glock Junior pegou 42 anos e 10 meses de prisão. Ele já havia sido condenado por crime em Garibaldi
26/06/2025 Em Garibaldi
Portal Adesso - Foto: Spaço FM

     O réu Ari Glock Junior foi condenado a 42 anos e 10 meses de reclusão, em regime fechado, pelos crimes de tortura, tentativa de homicídio triplamente qualificada, sequestro, roubo e estupro. O julgamento ocorreu nesta quarta-feira, 25 de junho, no Fórum da Comarca de Farroupilha. A sessão foi presidida pelo juiz Enzo Carlo Di Gesu. O promotor Ronaldo Lara Rezende atuou na acusação, enquanto a defesa foi conduzida pelo advogado Jader Marques.

Relembre o caso

     Os crimes ocorreram em agosto de 2021, na localidade de Linha Boêmios, interior de Farroupilha. Ari, que era proprietário de um haras, suspeitava que um funcionário havia furtado dinheiro do local. Com a ajuda de um comparsa, ele sequestrou e torturou a vítima, um homem de 39 anos. A primeira sessão de agressões aconteceu nas dependências do próprio haras. A vítima foi submetida a choques elétricos, coronhadas, teve dentes arrancados, um dedo baleado e acabou abandonada inconsciente em via pública.

     Mesmo após receber alta hospitalar no dia seguinte, o pesadelo não terminou. O homem foi novamente raptado e submetido a novas sessões de violência extrema: queimaduras com cigarro, perfurações com agulhas aquecidas, cortes com máquina de tosquiar animais e aplicação de álcool nos ferimentos.

     Por fim, foi levado a uma pedreira e forçado a se atirar de um penhasco. Apesar dos ferimentos graves, sobreviveu. Ainda após o crime, os agressores invadiram a casa da vítima e furtaram objetos pessoais.De acordo com o Ministério Público, Ari Glock Junior já possuía histórico de envolvimento em ações semelhantes, sendo reincidente na prática de crimes violentos.

Réu já havia sido condenado por crime semelhante em Garibaldi

     Ari Glock Junior já possuía antecedentes por crime de extrema violência. Em 2011, ele foi acusado de tentar matar José Luiz Gregoletto, em um caso que teve grande repercussão em Garibaldi. A tentativa de homicídio teria ocorrido com uso de arma de fogo e premeditação, configurando qualificadoras como motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.

     O caso ocorreu em outubro de 2011, quando Glock se desentendeu com José Luiz Gregoletto devido a desavenças por tratamento em um cão. Na época, Gregoletto, sofreu agressões graves, sendo agredido com taco de sinuca na cabeça. As agressões fraturaram o crânio do empresário e o deixaram em coma induzido. Devido a isso, ele passou por várias cirurgias e ficou com sequelas, dentre elas, dificuldade em falar. Na época ele foi condenado a 5 anos de prisão no Regime Semiaberto.

     O processo resultou em condenação mantida pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que, em março de 2019, rejeitou os argumentos da defesa e confirmou a sentença de primeira instância. À época, Ari já era apontado como indivíduo perigoso, com histórico de ações violentas, o que reforçou a gravidade dos crimes praticados posteriormente em Farroupilha.




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