Polícia

Polícia Civil prende dez suspeitos de aplicarem o "Golpe dos Nudes" no RS

Além das prisões, foram apreendidos um veículo, documentos, celulares e aproximadamente R$ 60 mil
18/11/2021
Portal Adesso - Foto: Divulgação/Polícia Civil

     A Polícia Civil (PC) do Rio Grande do Sul e a Polícia Civil de Santa Catarina deflagraram a Operação Imagem Revelada, nesta quarta-feira (17), no combate a uma organização criminosa atuante em crimes de extorsão por meio eletrônico, que aplicava crimes conhecidos como sextorsão, ou Ggolpe do Nudes”. Durante a Operação denominada “Imagem Revelada”, dez pessoas foram presas, além da apreensão de um veículo, documentos, celulares e aproximadamente R$60.000,00 em espécie, os quais foram encontrados, em sua maioria, dentro de um urso de pelúcia, na cidade de Cachoeirinha. 

     A investigação foi capitaneada pela PC de Santa Catarina, por meio da Divisão de Investigação Criminal (Dic/PCSC) de São Bento do Sul, e passou a contar com o apoio de policiais civis do Estado, através da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos (DRCID/Deic), já que todos os investigados são gaúchos.

     O inquérito policial foi instaurado a partir da notícia de uma vítima catarinense que teria depositado cerca de R$ 70 mil para os criminosos, em virtude das ameaças perpetradas pelos bandidos. A investigação revelou que a organização criminosa auferia lucros milionários com os crimes, chegando a extorquir mais de R$ 250 mil de uma única vítima, residente em outro Estado da federação. Os valores detalhados, porém, só serão conhecidos após a conclusão da análise da movimentação financeira dos suspeitos e de ‘laranjas’ ligados aos investigados.

O “Golpe dos Nudes”

     Criminosos criam perfis falsos em rede social com fotos sensuais de garotas, que são chamadas por eles mesmos de “novinhas”, e passam a puxar conversas com homens de vários locais do país, preferindo vítimas que aparentam ter alto poder aquisitivo.

     Fazendo se passar pela garota, os bandidos informam um número de aplicativo de mensagem para a vítima e começam conversas eróticas, enviando fotos sensuais da suposta garota, para que o interlocutor também envie fotos suas. De posse das conversas e do material trocado com a vítima, os criminosos passam a extorquir o interlocutor, alegando que a menina é adolescente e que então ele teria praticado crime.

     Diante das ameaças de que será processado judicialmente e de que o caso será levado ao conhecimento da polícia para que o homem seja preso, os criminosos exigem determinada quantia em dinheiro para “abafar o caso”. A trama é orquestrada e algumas pessoas atuam como falsos pais da adolescente, outros como falsos advogados da família, tudo para fazer com que a vítima desembolse dinheiro para realização de um prometido acordo.

     Para transmitir credibilidade às exigências e causar pânico nas vítimas, os criminosos chegam a montar Delegacias de Polícia falsas, onde fazem imagens simulando a tramitação de investigações e até a expedição de mandados de prisão falsos.

     Algumas vítimas acabam cedendo às chantagens e fazendo transferências aos criminosos antes de procurar a Polícia para denunciar a extorsão.


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