Agricultura

Vinícola Garibaldi encerra safra com mais de 26 milhões de quilos de uva recebidos

Volume foi 15% menor que o registrado no ano passado
18/03/2022
Portal Adesso - Foto: Divulgação

     Após 68 dias de trabalho intenso, o período de vindima se encerrou nesta sexta-feira (18). Com a estiagem que atingiu todo o Estado e acabou prejudicando os produtores de uva, a safra 2022 para Cooperativa Vinícola Garibaldi foi 15% menor que a registrada no ano passado, chegando a 26,2 milhões de quilos recebidos. Em 2021, a vinícola havia recebido 30,8 milhões de quilos do produto, registrando uma safra recorde. Mesmo assim, a colheita em 2022 se manteve acima da média regular dos últimos cinco anos, que na cooperativa ficou na casa dos 22 milhões de quilos. 

     A estiagem, um temor inicial na pré-safra por conta da expectativa de grande quebra, acabou prejudicando apenas áreas localizadas de cultivo, determinando redução menor do que a projetada. Se a seca foi prejudicial para as plantações em terrenos onde a videira tinha uma raiz mais superficial, ela teve efeito contrário nas demais lavouras, sendo benéfica para a maturação do fruto. “Colhemos uvas de excelente qualidade”, vibrou o enólogo-chefe da vinícola, Ricardo Morari. 

     Nas áreas onde a falta de chuva não foi prejudicial ao vinhedo, as uvas brancas finas destinadas aos espumantes passaram por um fenômeno de aceleração na maturação. Isso antecipou, também, a colheita dessas variedades. “Aceleramos a vindima das brancas para que os espumantes preservassem o máximo de frescor possível, pois a acidez estava caindo muito rápido. Teremos excelentes vinhos base para espumantes, com aromas muito frutados e intensos, porque a maturação tecnológica dessas uvas foi muita boa”, afirmou, explicando que cerca de 30% do total das uvas recebidas serão destinadas para elaboração de espumantes e vinhos brancos.

     No caso das uvas para suco, a qualidade também foi elevada. Morari destaca as altas concentrações de açúcares e cor, que vão resultar em bebidas doces e equilibradas. A maturação acima da média ainda foi observada nas uvas viníferas tintas. “Colhemos uvas tintas com excelentes concentrações de açúcares e maturação fenólica completa. Com elas, conseguimos elaborar desde tintos jovens, de média estrutura e taninos macios para serem consumidos ainda esse ano, até vinhos tintos concentrados e estruturados, com potencial de guarda para vários anos”, antecipou. 

     Ao todo, 65% da safra será destinada para a produção de suco de uva, vinhos de mesa e filtrado doce. As uvas reservadas para os vinhos finos tintos representam 5% do total. De menor volume, porém de excelente qualidade, a safra 2022 promete, mais uma vez, rótulos de destaque na vitivinicultura nacional. 


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