Polícia

Delegado aponta aumento de estelionatos em Bento Gonçalves

Renato Nobre Bias apresentou diversos índices criminais da cidade
26/07/2022 Em Bento Gonçalves
Portal Adesso - Foto: Facebook/ Reprodução

     Nesta terça-feira (26), o titular da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Bento Gonçalves, delegado Renato Nobre Bias, esteve participando do programa Prato Limpo da Adesso TV e apresentando um panorama dos índices criminais da Capital Nacional do Vinho.

     Com relação aos homicídios, comparado a 2021, segundo Bias, percebe-se uma redução em 2022. No ano passado, foram 38 pessoas assassinadas no município. “Somente em janeiro de 2021 foram sete homicídios na região de Bento. Hoje, iniciado o segundo semestre, tivemos dez homicídios. Se fizermos esse comparativo, vemos que o número baixou muito, mas nosso trabalho é contínuo, existem outros fatores externos, não é somente um bom trabalho policial, envolvem outras situações”,  apontou o delegado.

     Conforme Bias, a maioria dos homicídios cometidos em Bento Gonçalves estão ligados às disputas de facções e de territórios. “A tendência com os trabalhos que temos feito na cidade, como prisões de traficantes, acabando com os pontos de tráfico, conseguimos automaticamente reduzir esses outros crimes, sobretudo o homicídio, que tem o fator relacionado diretamente com o tráfico de drogas”, explicou. 

     O Delegado também enfatizou o trabalho desenvolvido em conjunto com a Brigada Militar, Guarda Civil Municipal (GCM) e Departamento Municipal de Trânsito (DMT). “Temos uma integração muito boa, compartilhamos informações. Estamos em um ambiente favorável e o nosso intuito é que até o final do ano consigamos diminuir mais ainda esses números”, ressaltou.

     Bias destacou ainda o baixo índice de roubo de veículos no município. Em 2021 foram 11 registros e em 2022 foram quatro ocorrências desse delito. “Em março ocorreu o último roubo de veículo em Bento Gonçalves. Tivemos uma reunião em Porto Alegre na semana passada e fomos elogiados pelo Governador do Estado pelo nosso sistema de segurança. Em uma cidade com 126 mil habitantes, já estamos há quatro meses sem ter ocorrência desse crime”, salientou. 

     Na oportunidade, o apresentador Daniel Carniel questionou sobre a possibilidade dos criminosos terem migrado para Garibaldi, já que a cidade já contabiliza sete homicídios em 2022. “Quando a Polícia Civil começa a trabalhar em cima das facções, normalmente elas tendem a migrar para outras cidades, onde veem mais oportunidades para cometerem seus delitos. Entende-se, não sei se é o caso específico de Garibaldi, mas quando há essa guerra de grupos criminosos, há uma tendência de aumentar o número de homicídios e te der essa movimentação interna na microrregião”, elucida. 

      De acordo com Bias, o crime que tem aumentado na cidade é o furto de veículos. De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), até junho deste ano já foram 63 registros. “É um dado que chama a nossa atenção. Em Bento, temos uma peculiaridade que normalmente são veículos antigos, que não tem sistema de segurança, que são visados pelos criminosos. Já estamos acompanhando e trabalhando em estratégias”, pontuou. 

     Outro delito que tem crescido são os estelionatos. Em 2021, foram 1.259 ocorrências e até junho de 2022, foram 606, conforme a SSP. "Tivemos uma migração do próprio mundo criminoso para os crimes que não exigem violência ou ameaça. Se compararmos historicamente como os delitos evoluíram ao longo do tempo, antes tínhamos muito roubo, porque o indivíduo com a violência acabava subtraindo bens. Hoje, esses indivíduos migraram para o estelionato, principalmente pela facilidade que temos. Através da rede social e dos meios de comunicação digitais, os criminosos conseguem ter acesso mais fácil e rápido às vítimas. Temos um número crescente e sabemos que a maioria desses crimes são praticados dentro dos presídios e as vítimas por não terem conhecimento acabam caindo nesses golpes”, evidencia Bias. 

    O Delegado enfatiza a importância de denunciar e da precaução contra  esse tipo de crime. “Tentamos ao máximo alertar a sociedade para que não façam depósitos e não mantenham comunicação com os criminosos. Quando houver uma suspeita, procurem os órgãos policiais e verifiquem a procedência da informação para que consigamos evitar o aumento desse índice”, orienta.  

 


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