Polícia

Médicos de Bento e Garibaldi estariam fraudando IPE Saúde

Operação prendeu médico de Bento Gonçalves e fez buscas em Garibaldi na manhã desta terça-feira (12)
12/09/2023 Em Bento Gonçalves
Jornal Pioneiro - Fotos: Polícia Civil
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     A Divisão Estadual de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DCCOR) da Polícia Civil deflagrou a "Operação Doppler", nesta terça-feira, para coibir a prática dos crimes de peculato e falsidade ideológica perpetrados por médicos credenciados ao IPE Saúde, na Serra gaúcha. Foram cumpridas seis ordens judiciais de busca e apreensão e um mandato de prisão preventiva nos municípios de Bento Gonçalves e Garibaldi. Um médico foi encaminhado ao sistema prisional e outros dois, foram alvo de medidas cautelares. 

     Um dos mandados foi cumprido em um apartamento na Rua Esfania F. Pasquele, no Centro. Lá, um casal de médicos, que não teve o nome divulgado, era alvo dos mandados. O médico não estava no apartamento e foi preso preventivamente em uma clínica onde estava de plantão na área central da cidade por volta das 7h. Segundo o Delegado de Polícia Max Otto Ritter, titular da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção (1ª DECOR), médicos vinculados ao IPE, atuantes na comarca de Bento Gonçalves, estariam realizando cobranças indevidas sobre exames de imagens ginecológicas, supostamente realizados durante consultas. A referida situação chegou ao conhecimento desta delegacia especializada por uma 

     As casas que foram alvos de mandados em Bento Gonçalves são de médicos e, em Garibaldi, da secretária que atuava com os profissionais. O delegado explicou que em julho esteve na Serra para ouvir o depoimento de 22 pacientes. — Na hora da consulta, elas entregavam a carteirinha para a secretária e esse documento era passado para a realização de exames de outras especialidades, não daquelas que elas estavam consultando no momento. 

     Em alguns casos, o mesmo cartão foi usado ao menos 10 vezes para exames de imagem. As pacientes relataram que nunca fizeram esses procedimentos — diz o delegado, que ainda afirma que o IPE Saúde identificou, em poucos meses, cerca de R$ 700 mil gastos em exames que nunca foram feitos.

     O médico foi preso na manhã desta terça-feira durante a Operação Dopler porque, como explica o delegado, ele descumpriu uma medida cautelar: — O juiz determinou que ele não atendesse mais pelo IPE Saúde, não saísse da cidade, mas ele viajou para fora do Estado. Por isso a medida foi convertida em prisão preventiva.

     A médica não quis se manifestar. A reportagem ainda tenta contato com o médico preso.





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