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Em Garibaldi, esposa de ex-secretário municipal aparece na lista do auxílio emergencial

Mulher do atual vereador Arnaldo Seganfredo (MDB), recebeu R$ 1.200 do benefício pago pelo governo federal
16/06/2020
Portal Adesso

     Diariamente, a equipe do PORTAL ADESSO vem recebendo denúncias de pessoas que receberam o auxílio emergencial de maneira irregular. Já publicamos aqui, situação semelhante em Carlos Barbosa, onde familiares de integrantes da imprensa, jovens de classe média e empresários infringiram as regras e solicitaram o auxílio. 

     Nesta semana, chegou até nós que a esposa de um político de Garibaldi teria recebido o benefício destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, mesmo tendo renda familiar acima dos três salários mínimos. 

     Conforme o site da Prefeitura Municipal de Garibaldi, Roseli Maria Nicolini, é esposa do ex-secretário municipal de meio ambiente, Arnaldo Seganfredo (MDB) que a poucos meses deixou a secretaria para retornar à Câmara Municipal. De acordo com o Portal da Transparência do Governo Federal que é de acesso público, ela teria recebido duas parcelas de R$ 600, totalizando o montante de R$ 1.200.

     Como o ex-secretário recebia um salário de R$ 7.625,17, ela não teria direito ao benefício, pois o valor ultrapassa o limite de renda familiar. Após sair da secretaria e retornar para a Câmara de Vereadores, Seganfredo recebe um salário de R$ 4.192,31, valor também incompatível para solicitar o benefício. Devido a isso, Roseli corre o risco de responder judicialmente pelo fato. 

Contraponto

     Procurado pela reportagem, o vereador afirmou que ficou sabendo desta situação a poucos dias e disse que deve ter algo irregular no pagamento, pois no cadastro aparece errado o nome de um dos filhos do casal. O vereador deu a entender, que a esposa não teria feito a solicitação do benefício. Mesmo assim, Arnaldo Seganfredo, contou que já fez a devolução do dinheiro que sua mulher recebeu ao governo federal. 

Ministério Público Federal vai investigar irregularidades

     O Ministério Público Federal (MPF) através da Procuradoria da República de Bento Gonçalves tem recebido inúmeras denúncias e reclamações de cidadãos com questionamentos envolvendo o pagamento do benefício do auxílio emergencial do Governo. Diante dos fatos, o órgão está instaurando um inquérito para apurar eventuais irregularidades e o trâmite terá a atuação do procurador da área criminal Luís Felipe Kircher.

     A informação foi confirmada pelo procurador Alexandre Schneider na manhã desta terça-feira (16), ao jornalista Felipe Machado da Rádio Difusora de Bento Gonçalves.

     São duas principais frentes desde o conhecimento dos contemplados pelo valor de R$ 600: aqueles que preencheram o cadastro para recebimento que tinham direito e não tiveram acesso aos valores ou com o benefício negado; e aqueles que supostamente receberam mas que pelas condições econômicas ou papel na sociedade (emprego fixo e renda por exemplo) não deveriam constar na listagem.

     “O MPF solicita que a população continue encaminhando elementos de evidência e informações a respeito das pessoas da forma mais individualizada possível para agilizar a investigação”, comentou o procurador. Para aqueles que receberam valores de forma indevida e tiveram interesse à devolução é uma alternativa para evitar o cumprimento de alguma pena alternativa, reforçou o procurador federal.


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