O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB), tem se destacado cada vez mais por suas visitas à região serrana, com um claro foco político para o futuro. Na última segunda-feira (30), Souza esteve em Bento Gonçalves, onde "palestrou" na Câmara de Indústria e Comércio - CIC sobre o tema "Presente e futuro do RS: ações para o desenvolvimento de Bento Gonçalves e região". No entanto, a palestra não foi a única agenda de sua viagem; o político se reuniu com correligionários e aproveitou a ocasião para reforçar sua imagem, a pouco mais de um ano das eleições estaduais de 2026.

     Mas a agenda do vice-governador não para por aí. Nesta quinta-feira (3), Souza estará em Farroupilha, para a cerimônia de abertura da 25ª Festa Nacional do Kiwi (Fenakiwi). Seus deslocamentos, que já foram frequentes ao longo do ano, levantam questionamentos sobre a real intenção de suas viagens. Se, por um lado, ele se dedica a promover sua imagem em diversas cidades da Serra, por outro, o governo de Eduardo Leite (PSD) segue com outras prioridades, como a criação de mais praças de pedágios nas rodovias estaduais.

     Nos encontros e participações do pré-candidato ao governo, sua agenda política sequer faz menção significativa aos problemas mais urgentes que o Estado enfrenta, como as enfermidades sociais resultantes das enchentes ou a expansão do pedágio, que afeta diretamente o cotidiano dos gaúchos, especialmente os mais humildes. Sua postura tem gerado críticas entre eleitores de diferentes regiões do Estado, que veem na sua agenda uma tentativa de se aproveitar da situação política para garantir uma candidatura, sem se comprometer com as soluções reais para os problemas da população.

     Enquanto Gabriel Souza percorre a Serra, a população do Vale do Taquari ainda enfrenta os efeitos devastadores das enchentes de 2024. Mais de 10 mil famílias perderam tudo no ano passado, e a ajuda do governo estadual tem sido escassa. Vários moradores relatam que até hoje não receberam a assistência prometida, o que causa revolta e frustração.

     As críticas à gestão estadual não param de crescer. Em diversas cidades do interior, os moradores cobram uma postura mais firme e soluções mais eficazes para os problemas enfrentados no dia a dia. A sensação de que o governo estadual está desnorteado e apenas pensando na eleição. Leite sonha em ser presidente da república e Gabriel Souza sonha em ser governador.