Quando surge um problema jurídico na nossa vida o primeiro pensamento que temos é de falar com o advogado amigo ou conhecido e buscar uma orientação. Todavia, devemos nos atentar para o fato que a advocacia trabalha em áreas diversas, que, muitas vezes, refletem universos completamente diferentes.

     Assim, estar com o advogado amigo ou o advogado da cidade pode, por vezes, parecer algo seguro, mas caso ele não atue na área específica na qual o seu problema está inserido o resultado pode ser desastroso. Digo isso pelo seguinte fato: como ele irá explicar as vantagens e desvantagens de um possível acordo caso não tenha total domínio da jurisprudência, leis e doutrinas da área na qual estamos falando. A orientação tende a ser falha, isso é um fato.

Vamos tomar como exemplo um inventário e a discussão sobre a partilha de bens. Caso o advogado não seja da área de Família e Sucessões ele pode não saber expor o que seria mais vantajoso em termos tributários, patrimoniais e, inclusive, no longo prazo como a disposição patrimonial da forma A ou B pode afetar a família. 

Não se pode negar que na maioria das vezes o bom advogado deve transitar nos diferentes universos jurídicos correlatos. Exemplificando, o advogado que entende de sucessões deve ter noções de tributário ou buscar parceria com colegas que dominem esta área jurídica para, assim, oferecer a melhor solução para o caso concreto. 

Por fim, através deste artigo inaugural busco conscientizar acerca da necessidade de se orientar com quem entende de cada área do Direito para garantir que não ocorra consequências desastrosas, tais como, ficar preso com um processo judicial por anos, sem necessidade, por falta de orientação correta.

     O amigo ou o conhecido podem ser ótimas referências, mas não a solução para tudo.

 Marianna Gazal Passos 

Advogada - OAB/RS 10.3063