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Dois anos com um VW Crossfox 2013

por Guilherme Rockett
11/06/2022
Guilherme Rockett

    Semana passada, um amigo me pediu que fosse com ele até Osório levar o carro que entraria numa troca, em uma concessionária. Ele a bordo do Etios 2017, o carro atual, e eu com o Crossfox 2013, que seria entregue. Meu amigo é um cara que não tem apego com o carro nem é ligado em detalhes. Usa como um meio de transporte. Mas coube a mim a missão mais especial: a despedida do Crossfox.

    O tal aventureiro da Volkswagen foi comprado em 2020, na semana antes da pandemia fechar todo o comércio de Porto Alegre. Meu amigo me chamou, disse que queria trocar de carro e passou o valor que estava disposto a investir. "Não importa o carro, quero um bom negócio", disse. 

    Mas claro que algumas coisas eram essenciais: ar condicionado, direção hidráulica e de preferência um motor maior para aguentar as viagens entre Porto Alegre e Canela, na Serra. Encontrei o Crossfox anunciado e foi o primeiro carro que vimos. Gostei dele. Alinhado, 4 pneus Pirelli Scorpion zero km, cerca de 70 mil km rodados. 

    Olhamos mais uns 8 carros e em todos eu fui minucioso. No meio das lojas eu deitava e entrava embaixo para conferir suspensão, vazamentos etc. No fim, voltamos na primeira loja e pedimos pra dar uma volta no Crossfox. 

   "Vai tu", disparou meu amigo. E assumi o volante do VW para o teste. Uma volta e uma rua de paralelepípedo bastaram pra eu perceber que o carro estava bom. "Pra mim está ok, gostei dele", disse eu. Meu amigo fechou negócio e levou o Crossfox pra casa. 

    Uns meses depois, ele em home office e meu carro foi atingido por uma moto. Acabei ficando um mês com o Crossfox e confirmei a integridade do carro. E pude ir além. Motor 1.6 bem disposto ao mesmo tempo que usando marchas altas se torna econômico. Boa posição de dirigir, alta, como eu gosto. Que carro bom de andar esse!

    E isso tudo sem falar que o carro tranca portas, liga alarme e levanta vidros na chave canivete, tem um computador de bordo completo e ainda é bonito, com as rodas de liga aro 15 e os faróis auxiliares de dupla função. Um botão no painel, liga o neblina, em qualquer posição da chave de luz. Já o milha liga sempre que a luz alta é acionada e melhora a intensidade do facho. 

   Por fim, recentemente fiquei mais 20 dias com o Crossfox. O hodômetro já marcava quase cem mil km rodados. Ele foi bem usado pelo dono nas viagens semanais a Canela e em trechos de estrada de chão. E sem pena. Isso deixou os amortecedores e o conjunto de suspensão bem comprometidos. O Fox precisava de uma boa revisão e troca dos pneus, que nesse tempo, acabaram com a vida útil. 

   Ainda assim, o carro mantinha o acabamento intacto, sem ruídos, e com o volante sem desgaste, como novo. O motor 1.6 continuava super disposto e gostoso de andar na cidade. Olhar o Crossfox na garagem alegrava porque depois do facelift, ele ficou bonito e bem mais imponente. É um estilo que ainda segue chamando atenção. Confesso que minha vontade era realmente adotar esse VW, mesmo sabendo dos problemas de suspensão, que facilmente seriam corrigidos. Mas não deu.

   Então, assim como eu fui o primeiro a dirigir, também fui o último. Coube a mim levar ele na última viagem, entre Porto Alegre e Osório. Dirigir um carro com pneus gastos e suspensão comprometida exige um certo cuidado. Mas em nenhum momento senti o Crossfox inseguro. Ar ligado e ele mais uma vez mostrou um consumo muito bom. Fez 15km/l andando em média a 100, 110km/l na Freeway. Estacionei em frente à loja e pensei: "cara, pena que eu não posso ficar contigo. Valeu, parceiro!"


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