O Fiat Argo foi lançado em 2017 para substituir três outros carros da Fiat. Sem emplacar o mesmo sucesso de vendas do Palio durante os anos iniciais das vendas, o modelo hoje é alternativa no mercado de usados. 

     Ele é maior, mais espaçoso e está alinhado com o que está sendo produzido hoje pela Fiat. O Argo tem motor Firefly, direção elétrica e tela multimídia em algumas versões. O painel segue o desenho da linha Jeep, com tema central de 3,5 polegadas e uma série de funções e informações. Ali estão a marcação de consumo médio e instantâneo, alerta de limite de velocidade e até temperatura do óleo do motor e da transmissão. Coisa que não se vê em outros hatches da categoria.

     O motor Firefly 1.0 ou 1.3 está alinhado com a tecnologia mais avançada em uso hoje pela Fiat. Quando é 1.0, tem três cilindros. Quando é 1.3, são quatro. Mas o tamanho dos cilindros não muda. Assim é possível compartilhar peças e otimizar o custo de produção e reparo. O 1.0 não faz o Argo andar muito mas compensa na economia de combustível com médias de até 20km/l na estrada. Em percurso urbano, as médias chegam até 13km/l conforme o pé do motorista. 

     No mercado, é possível encontrar a versão Drive, uma acima da de entrada, com várias quilometragens. 50, 70 ou até cem mil quilômetros rodados. Andamos em dois deles, equipados com motor 1.0. Um Drive 2018 com 56 mil quilômetros, outro Drive 2021, com quase 70 mil quilômetros. Os dois se mostraram com suspensão muito firme, sem ruídos ao passar por imperfeições. O motor segue com a mesma disposição, mais lenta, mas sem perda de rendimento em relação a um modelo novo. Logo ao acelerar, o giro sobe rápido e instiga o motorista a rodar sempre com marchas mais altas. 

     Em termos de acabamento, o interior tem portas e painel em plástico rígido, com encaixes melhores, mas não perfeitos. É longe do padrão de um Toyota Yaris, mas adequado à categoria. E o melhor: não gera ruídos depois do uso, mesmo quando o carro roda sempre em piso ruim. 

     O pênalti, segundo os donos, fica por conta dos ruídos na suspensão dianteira. Na internet, há relatos de que mesmo novo o barulho acontece. E nos do canal Veículos & Velocidade identificamos esse barulho até mesmo na versão Trekking que testamos. As concessionárias alegam que é do projeto. Mas se o barulho for exagerado, é velhote consultar um mecânico. 

     Dica antes de comprar

     Se você está interessado em um, dê preferência para a versão Drive que tem regulagem de altura do banco do motorista e a mídia Uconnect. A tela era opcional nos anos iniciais mas é fácil de encontrar no mercado. A verão 1.0, de entrada tinha limpador e desembaçador do vidro traseiro opcionais. E você não vai querer passar trabalho em dia de chuva. Sem um bom desconto, não vale a pena pegar um Argo sem esses itens. 

     Quem não se importar com consumo e quiser um carro mais interessante, pode buscar pelas versões 1.8 com motor E-Torq. O Precision e o esportivo HGT têm suspensão e construção mais consistentes e o desempenho melhora. Mas o Argo 1.8 cobra no consumo. No teste do canal Veículos & Velocidade com o Cronos Precision 1.8 registrou média de 12,5 km/l na estrada e, com pé de leve, mantem entre 8,5 e 9km/l na cidade. 

Também é preciso cuidado com os Argo dos primeiros anos de fabricação, que vinham com sistema start stop, que desliga o motor em paradas rápidas no trânsito. Esse componente exige uma bateria específica, que pode custar cerca de mil reais para fazer a substituição. Em um carro com cinco anos de uso, é bem provável que a bateria já esteja no final da vida útil.

Carros de locadora são bons?

Depende. Procure pelos Argo com baixa quilometragem e só compre os mais rodados com desconto. Ao invés de vender, usam para locação aos motoristas de aplicativo. São carros que rodam quase como táxi e certamente terão desgaste maior.