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Novo Honda City faz milagre com motor 1.5

Na estrada, média de consumo passa dos 17km/L e na cidade chega aos 13km/L
05/09/2022
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     Olhando por fora, a gente vê uma receita tradicional, bem executada. O Honda City é um hatchback ao melhor estilo. Depois de uma viagem entre Porto Alegre e Gramado, é possível entender por que a marca japonesa apostou nesse modelo.

     A dianteira da versão Touring tem faróis em led e um elemento cromado sobre a grade que se destaca. A lateral segue o conceito “largo em baixo“, a rceita do modelo. Na traseira, sinaleira com elementos em led que avança para o centro da tampa e um desenho mais esportivo, combinando com o aerofólio no teto e antena em formato barbatana.

     No interior, materiais plásticos com algumas rebarbas nos elementos em preto piano. Coisa mínima, que de forma alguma desabona o modelo. Ao contrário dos carros de anos anteriores, o City é um Honda que adota linha sobras. Mais retas no painel e mais tradicionais inclusive no volante, de três raios. A versão Touring tem ar-condicionado digital e uma central multimídia com poucas funções. O tom azulado do fundo destoa. Compensa com um bom som, de graves fortes.

     No painel de instrumentos, a metade esquerda é digital. Nela, é possível alternar entre um conta-giros analógico, medidores de consumo, medidores de distância e configurações do veículo, entre outras possibilidades. A única coisa que incomoda é que para acessar os menus e mudar as funções, não basta apertar uma tecla para baixo apenas. É preciso pressionar um botão de home, uma tecla para baixo e uma terceira tecla para confirmar o menu.  

     Os bancos foram pensados para acomodar o motorista sem que ele afunde no assento mesmo com horas de viagem. Funciona bem e ele tem bom apoio lateral. Atrás, o espaço para as pernas é um verdadeiro latifúndio e o assento é cômodo porque o rebaixo nos estofados deixa um corpo bem encaixado.

     Ao volante, o condutor tem posição de um hatchback tradicional. Em relação a outros carros, especialmente os crossovers da moda, o City é mais baixo e mais esportivo. Entretanto, o comportamento dinâmico é mais pacato. Nada de acelerações instantâneas retomadas imediatas. O motor 1.5 tem acelerações progressivas e mais lineares. Casado com um câmbio CVT, o carro roda solto dentro da cidade e também na estrada. Apenas quando é exigido ao máximo, faz as simulações de marcha. São sete combinações pré-definidas.

     O que chama muito atenção é que o motor 1.5 tem concepção tradicional, nada de turbo. São quatro cilindros e aspiração natural. Para o Brasil foi adotado o sistema de injeção direta de combustível na câmara. O conjunto deixar o City muito econômico, com médias de 12 a 13 quilômetros com litro rodando dentro da cidade e de 17 até próximo dos 19km/L em percursos rodoviários.

    Honda Sensing: o City cheio de assistências

    A versão Touring é a mais completa e está equipada com assistências ao motorista, como o controle de cruzeiro adaptativo. Através dele é possível programar uma velocidade limite e um espaço mínimo que o condutor quer manter do veículo frente. Basta tirar o pé do acelerador que o carro faz tudo sozinho. Quando um carro mais lento surge, o City reduz a velocidade e mantêm a distância. Em pista livre, ele retoma aceleração até o limite estabelecido. Outra assistência é o sistema de manutenção de faixa, em que o veículo percebe quando o carro está saindo da pista e faz um movimento para retomar a posição e se manter centralizado. Se o condutor não assumir o volante após alguns segundos, um aviso surge no painel. Aviso semelhante surge quando o motorista não freia e o carro percebe uma possibilidade de colisão.

     O banco de traz tem um sistema chamado Magic Seat, em que os acentos podem ser levantados ou os encostos podem ser rebatidos. Assim, é possível deixar o espaço adequado para qualquer tipo de transporte, seja uma planta alta ou um objeto comprido, como uma prancha de surf.

     Por óbvio todos esses sistemas tem preço. O City hatchback não vem para competir no seguimento dos carros de entrada, ainda que hoje ele seja a porta da Honda. O modelo parte de R$120.000 na versão EXL, e fica mais caro na Touring. Por óbvio, acessível a poucas pessoas. No entanto, o candidato a proprietário terá um carro confiável e com a certeza de que podera permanecer por muito tempo sem dor de cabeça. Como todo Honda.

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